Os ataques cibernéticos marcaram presença entre os principais riscos globais apontados pelo Fórum Econômico Mundial (WEF – World Economic Forum) para 2023. Mesmo não sendo uma novidade, o destaque desta vez foi a elevação do tom, para a possibilidade de um ‘evento cibernético de grandes proporções’, como também pelo ritmo de crescimento em volume, nos últimos anos.
Revolução Digital
Uma parte das previsões se baseia no fato de que as transformações digitais que experimentamos atualmente não cumpriram seus ciclos e tendem a um crescimento ainda maior, como a intensidade de uso de Cloud, do aumento da velocidade das redes (5G), da adição em massa de dispositivos conectados (IoT), da orientação através dos dados armazenados que são necessários para que algoritmos de otimização sejam aplicados (I.A.), num mundo extremamente conectado (API´s). Sem falar no avanço da WEB3.
ESG – Cyber como parte da Governança Corporativa
Um ataque cyber pode impactar diretamente a continuidade dos negócios, que não envolve somente o esforço e investimento dedicados à recuperação dos ambientes e faturamento perdido durante o tempo de inatividade, mas também aos prováveis danos na reputação e credibilidade da empresa. Além disto, o risco de vazamento de dados precisa ter atenção adicional, tendo em vista legislação pertinente em diversos países, como a LGPD no Brasil.
É notório que a resiliência digital precisa ser tema do Board. Precisa ser inserida na forma como os negócios digitais nascem, evoluem e prosperam. Empresas se tornaram digitais e colocaram competências de tecnologia a favor dos negócios e necessitam cuidar para que seus controles favoreçam a perenidade destes negócios e que haja maior transparência nos aspectos de tecnologia.
Assim como a sustentabilidade ambiental, o problema de sustentabilidade cibernética é complexo e sistêmico, que pode ser combatido e atenuado com sua devida valorização e enfrentamento de forma séria, colaborativa, organizada, aplicando tecnologias de defesa e principalmente com líderes movidos pela paixão de defesa da ética e de um ciberespaço seguro.
Guerra cibernética
Uma outra parte das previsões está ligada às crises geopolíticas que acentuam as preocupações com ataques cibernéticos para atender interesses de grupos e nações.
Ataques desta motivação buscam alvos de alto impacto, como a cadeia de suprimentos de software ou ligados a infraestruturas críticas, como empresas de energia, de transportes, dentre outros.
Carência de profissionais
Não bastassem os fatos acima, o avanço em ritmo acelerado nos últimos anos, da complexidade e intensidade de ataques, associado com uma demanda crescente por profissionais de tecnologia, provocou um desbalanceamento na oferta de profissionais especializados em Cyber Security, criando uma preocupação adicional com a formação e retenção de equipes para tratar do tema.
Pedro Neves
Conselheiro Consultivo na UnderProtection
Membro Comitê de Tecnologia e Inovação da BBM Logística
Membro Comitê de Governança Virtus inteligência Artificial
Executivo Associado Gubertech e OpenMind Brazil