Uma pesquisa do instituto Ipsos apontou que o Brasil é o segundo no ranking de ciberbullying no mundo, com 30% dos pais ou responsáveis entrevistados afirmando que seus filhos estiveram envolvidos ao menos uma vez em casos de ciberbullying. A informação vem à luz devido ao próximo Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola – incluindo Ciberbullying – dia 02 de novembro de 2023, primeira quinta-feira do mês.
A sociedade segue evoluindo com a digitalização e as novas tecnologias, abrindo espaço para crianças se conectarem à rede desde muito cedo. Essa realidade oferece oportunidades significativas, mas também apresenta riscos substanciais, como mostra o alerta feito pela Check Point Software, no qual assinala o aumento do ciberbullying entre os jovens desde 2018.
Normalmente, a tendência é pensar na violência como algo físico, porém o termo também se estende a um quadro verbal, online ou escrito. Atualmente, ferir alguém através do meio digital é uma das formas mais comuns de violência.
O ciberbullying compartilha muitas semelhanças com o bullying presencial: envolve o assédio repetitivo de um jovem por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, com um sofrimento a longo prazo. O aspecto digital do ciberbullying acrescenta novas características específicas; é um assédio escondido por meio do anonimato proporcionado pela tela, uma forma de violência que pode persistir ainda mais tempo (afinal o conteúdo publicado na Internet é muito difícil de ser apagado completamente), uma agressão em que podem estar envolvidas muitas pessoas e, finalmente, um ato persistente e cruel que pode causar graves danos psicológicos à vítima.
O ciberbullying aparece de diferentes formas: geração de conteúdos falsos, ciberbullying sexual (publicação de fotos íntimas ou compartilhamento não autorizado de conteúdos sexuais), coleta de dados de uma pessoa e sua posterior divulgação, publicação de fotos ou vídeos sem consentimento, roubo de identidade, entre outras.
Os especialistas da Check Point Software recomendam as seguintes medidas de proteção contra o ciberbullying: não responder aos “ciberperseguidores” e bloqueá-los; não compartilhar informações pessoais, como endereço, senhas, números de telefone ou informações bancárias online e ter atenção ao tipo de conteúdo fotográfico que está sendo publicado.
Outras prevenções como: definições de privacidade nas redes sociais, é possível utilizar as definições que garantem o conteúdo visível apenas para os amigos; guardar provas para a ação penal. Em casos de assédio cibernético ou ciberbullying, guardar as informações é importante para a denúncia; pedir ajuda, ou seja, comunicar sempre a situação às plataformas, à escola e às autoridades.
Além disso, é essencial ter conhecimentos básicos de cibersegurança para definir senhas seguras e aprender a utilizar a Internet com mais cautela; sendo a educação uma chave fundamental para prevenir o ciberbullying e qualquer tipo de assédio, ensinar as gerações mais novas a se comportarem de forma respeitosa e a não ultrapassarem limites prejudiciais é da responsabilidade coletiva; assim como os pais também devem prestar atenção à forma como os seus filhos interagem no mundo virtual.
A expectativa para esse cenário, é de que países de todo o mundo estão entendendo a necessidade de penas mais rigorosas e regulamentações mais severas contra o ciberbullying. Nos Estados Unidos, 44 estados americanos têm sanções penais para ciberbullying, enquanto a nível internacional alguns países como o Canadá, o Reino Unido, a Austrália, a Nova Zelândia, a Índia, o Japão e as Filipinas têm leis contra ciberbullying. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que tipifica ciberbullying em setembro deste ano.
No entanto, com a proliferação da Internet e o crescimento de um estilo de vida digital, assiste-se a um aumento do ciberbullying. Os pais, os professores e os próprios alunos podem ajudar a reduzir e combater essa prática.
“Na Check Point Software, recomendamos a prevenção como a melhor medida de segurança para ajudar as crianças e os jovens a terem uma experiência online segura. Um dos pontos fundamentais para manter os estudantes seguros no mundo virtual é a educação. As tarefas diárias podem impedir os pais de estarem acompanhando constantemente as atividades online dos seus filhos, fato pelo qual é necessário ensiná-los sobre as medidas básicas de cibersegurança. É assim que alguns perigos e riscos podem ser evitados”, explica Fernando de Falchi, gerente de Engenharia da Segurança da Check Point Software Brasil.
“Desenvolver hábitos como não compartilhar informação sensível com quem quer que seja, evitar abrir e baixar arquivos de usuários e remetentes desconhecidos e utilizar senhas de acesso fortes. Estas são apenas algumas das principais medidas de segurança que os jovens precisam aprender para se manterem protegidos no mundo virtual.”