Brasil é 6ª posição no ranking de conhecimento sobre Cibersegurança e privacidade

Pesquisa da NordVPN revela declínio global na conscientização sobre privacidade e segurança online, mas aponta crescimento nacional no setor

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Os brasileiros subiram da 7ª para a 6ª posição no ranking global de conhecimento sobre cibersegurança e privacidade na internet, de acordo com um recente estudo realizado pela NordVPN. Os resultados destacam os pontos fortes e fracos do Brasil em práticas de segurança online, em meio a uma redução global na conscientização.

 

Este ano, o Teste Nacional de Privacidade (NPT), uma pesquisa anual da NordVPN, avaliou 25.567 indivíduos em 181 países. “Esse teste assume a responsabilidade de educar as pessoas globalmente sobre ameaças cibernéticas e equipá-las com dicas essenciais para se protegerem contra fraudes, coleta de dados, vigilância e outros perigos online”, explica Marijus Briedis, Diretor de Tecnologia da NordVPN.

 

Principais resultados do Teste Nacional de Privacidade

– Proficiência: os brasileiros demonstraram habilidades excepcionais na criação de senhas fortes (97%) e na identificação de ofertas suspeitas de serviços de streaming (93). Também mostraram entendimento sobre permissões de aplicativos (91%) e os riscos de compartilhar dados sensíveis nas redes sociais (90%).

 

– Questões de privacidade com IA: apesar de suas forças, apenas 6% dos brasileiros reconhecem as questões de privacidade associadas ao uso de IA no trabalho.

 

– Comparação global: Cingapura liderou o ranking global com uma pontuação de 62/100, seguida por Finlândia e pela Lituânia (61/100), Alemanha e Estados Unidos (60/100).

 

– Declínio global: a pontuação global caiu de 64% em 2022 para 61% em 2023, seguida de 58% este ano, refletindo uma redução contínua na conscientização sobre privacidade e cibersegurança online.

 

“Os avanços tecnológicos podem ser avassaladores. Aplicativos online, impulsionados pela conveniência, estão enraizados em nossa vida diária, e as pessoas priorizam frequentemente a facilidade de uso em detrimento da privacidade, expondo-se involuntariamente a riscos”, explica Briedis. “Embora seja preocupante ver essa queda geral, isso apenas confirma a crescente necessidade de mais educação sobre a proteção de nossos dados pessoais online”, complementa.

 

Desafios

Apenas 64% dos brasileiros demonstraram entender os benefícios de atualizar aplicativos prontamente, uma diminuição significativa em relação aos 75% de 2023. Em contrapartida, mais pessoas estão cientes da importância de ler os termos de serviço de aplicativos e serviços online (23% em 2023 vs. 30% em 2024).

 

Mesmo assim, há lacunas preocupantes no conhecimento de privacidade: somente 8% da população sabe quais dados os Provedores de Serviços de Internet (ISPs) coletam como parte dos metadados, 6% precisam aprender mais sobre quais problemas de privacidade devem ser considerados ao usar a IA para o trabalho, e apenas 15% estão cientes de como proteger sua rede Wi-Fi doméstica.

 

Em termos de insights demográficos, pessoas entre 30-54 anos apresentaram as melhores habilidades em cibersegurança globalmente, com a maioria dos Cyber Stars (indivíduos altamente conhecedores) pertencentes a essa faixa etária. Os respondentes dos setores de TI e financeiro obtiveram as pontuações mais altas, destacando-se na conscientização e, na prática, de medidas de segurança digital.

 

América Latina

Assim como seus colegas finlandeses ou poloneses, os participantes brasileiros mostraram-se informados sobre o que fazer após serem notificados de que um dispositivo desconhecido tentou fazer login em seu e-mail. Eles também estão entre os mais informados sobre os benefícios de atualizar apps constantemente.

 

No entanto, com outros países da América Latina, como México e Argentina, o Brasil é um dos que menos conhece os golpes comuns que estão sendo realizados com IA e as questões de privacidade e segurança relacionadas a dispositivos conectados.

 

“Hoje em dia, os usuários estão mais focados nos benefícios imediatos do que na segurança em longo prazo, e essa mudança pode ter resultado nesses números. Além disso, à medida que as pessoas navegam por vastas quantidades de conteúdo, alerta de segurança importantes e dicas de privacidade muitas vezes se perdem no meio do ruído”, completa Briedis.

 

Dicas para aumentar a segurança e privacidade online

Os resultados da pesquisa chegam no mesmo mês em que é comemorado o Dia Internacional do VPN (19 de agosto), data dedicada a aumentar a conscientização sobre a importância das redes privadas virtuais (VPNs). Diante disso e dos desafios apontados pelo novo estudo, Marijus Briedis compartilha uma série de passos que ajudam a melhorar a privacidade e segurança:

 

  • Crie senhas únicas e fortes para cada uma de suas contas online. Além disso, use um gerenciador de senhas e, se disponível, configure um login com chave de acesso para suas contas.
  • Habilite a autenticação multifator (MFA), o que adiciona camada extra de proteção por exigir uma forma adicional de verificação.
  • Mantenha software, sistemas operacionais e aplicativos atualizados. Isso ajuda a corrigir vulnerabilidades e garantir que os patches de segurança sejam aplicados.
  • Use uma rede privada virtual (VPN) para criptografar sua conexão com a internet, protegendo suas informações pessoais de possíveis interceptores.
  • Revise e ajuste regularmente as configurações de privacidade nas plataformas de redes sociais, aplicativos móveis e outros serviços online.
  • Eduque-se sobre cibersegurança. O aprendizado contínuo permitirá que você tome decisões informadas sobre a proteção de sua presença online.

 

Metodologia

O National Privacy Test é uma pesquisa de acesso aberto, permitindo que qualquer pessoa do mundo faça o teste e compare seus próprios resultados com os globais. Neste ano, 25.567 respondentes de 181 países responderam a 23 perguntas que avaliaram suas habilidades e conhecimentos sobre privacidade online. Os dados atuais foram analisados até 17 de julho de 2024 e apresentados no relatório.

 

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