O Brasil subiu quatro posições no ranking global que avalia as políticas relacionadas à computação em nuvem de 24 nações, líderes no mercado de TI. O País saltou do 22º lugar, em 2016, para o 18º na edição deste ano do estudo “Tabela de Desempenho Global sobre Computação em Nuvem”, conduzido pela BSA. Apesar do avanço brasileiro, a pesquisa revela, porém, que o ambiente legal e as regulamentações do Brasil para o Cloud Computing ainda limitam inovações.
“O Brasil conseguiu melhores notas em Segurança e Infraestrutura, com avanços significativos em liberdade da internet”, conta o country manager da BSA no Brasil, Antonio Eduardo Mendes da Silva. “Mas ainda lutamos para implementar uma política que fomente o desenvolvimento da computação em nuvem. Ainda não temos uma legislação específica sobre privacidade e temos falhas na proteção à propriedade intelectual”, explica.
O levantamento da BSA é feito a partir de metodologia que reflete as políticas que contribuíram para o crescimento da computação em nuvem nos últimos cinco anos, especialmente as ligadas às leis de privacidade e segurança cibernética, além de infraestrutura de banda larga.
Segundo o estudo, a maioria dos países continua promovendo melhorias em suas infraestruturas e políticas públicas, mas alguns mercados estão mais atrasados. A Alemanha foi a economia mais bem avaliada graças às suas políticas nacionais de Segurança Cibernética e à promoção do livre comércio. Ela é seguida de perto pelo Japão e pelos Estados Unidos, segundo e terceiro lugares, respectivamente. Na lanterna, estão Rússia, China, Indonésia e Vietnã, que contam com abordagens de cloud que vão na contramão da tendência internacional, limitando a livre circulação de dados.
“O objetivo deste ranking é fornecer uma plataforma de discussão entre formuladores de políticas e provedores de serviços em nuvem. Este diálogo pode ajudar a desenvolver um regime internacional comum de leis e regulamentações que facilitem a computação em nuvem”, completa Mendes. Para ele, os cidadãos e empresas de países que adotam o livre fluxo de dados estabelecem soluções de segurança cibernética de ponta, protegem a propriedade intelectual e mantém infraestrutura de TI continuarão a colher os benefícios da computação em nuvem.
“O estudo também é uma ferramenta que pode ajudar os países a autoavaliarem suas políticas e determinarem os próximos passos para aumentar a adoção da computação em nuvem”, comenta a presidente e diretora geral da BSA | The Software Alliance, Victoria Espinel. “A computação em nuvem abre caminho para maior conectividade e inovação”, adiciona.
As principais descobertas do estudo incluem:
-Políticas de privacidade e segurança de países líderes são bem diferentes das de mercados que ocupam as últimas posições. Os países continuam seus regimes de proteção de dados, caminhando para a liberação dos fluxos de dados transfronteiriços. Entretanto, muitos mercados ainda não adotaram leis de privacidade adequadas.
-Mercados emergentes continuam atrasando a adoção de políticas que favoreçam a nuvem. O desenvolvimento da tecnologia é desafiado por regulamentações que impõem barreiras significativas para provedores de serviços na nuvem e exigem requisitos de localização de dados. A situação é agravada pela falta de segurança cibernética.
-Mercados sofrem atrasos quando se afastam de padrões amplamente adotados e de acordos internacionais. Padrões, certificações e testes internacionalmente aceitos ajudam a melhorar o ambiente de segurança para a computação em nuvem. Contudo, nem todos os países adotam as boas práticas internacionais.
-Países que adotaram políticas de localização pagaram um preço alto. Os requisitos de localização de dados atuam como uma barreira à computação em nuvem, causando impactos financeiros negativos para os mercados locais.
-O aumento na implantação de banda larga leva a resultados interessantes. A capacidade de países e empresas de alavancar a computação em nuvem para o crescimento requer acesso a uma rede poderosa. Embora quase todos os países continuem a trabalhar para melhorar o acesso à banda larga, o sucesso desses esforços permanece muito inconsistente.