Representantes do governo brasileiro assinaram na última semana uma declaração conjunta com outras representações nacionais em que se comprometiam a desenvolver políticas públicas em favor do desenvolvimento seguro da Inteligência Artificial em seus mercados. O documento foi redigido em meio ao evento “AI Safety Summit”, organizado pelo governo britânico em Bletchley.
Apesar de não estabelecer nenhum compromisso concreto, as nações signatárias concordaram com o elevado risco que o avanço sem controle da AI pode oferecer à humanidade. Com base nisso, os participantes também definiram uma cooperação internacional para pesquisas de Segurança da Inteligência Artificial. Esse processo passara pelo compartilhamento de riscos identificados pelos membros de forma a construir compreensão conjunta sobre essas demandas.
“Em reconhecimento ao potencial positivo transformador da IA e como parte da garantia de uma cooperação internacional mais ampla, decidimos manter um diálogo global inclusivo que envolva os fóruns internacionais existentes e outras iniciativas relevantes, e contribua de maneira aberta para discussões internacionais mais amplas”, segue o documento.
Além do Brasil e do Reino Unido, a Declaração também contou com a anuência de 28 delegações nacionais e da União Europeia. Muitos desses países mantém relações de disputa geopolítica, especialmente envolvendo o mercado tecnológico, como Estado Unidos, China, Japão, Índia, Emirados Árabes e Israel. Devido à essa aproximação inédita, o acordo foi visto como bem-sucedido, segundo informa o jornal The Guardian.
“Essa é uma conquista histórica, com as maiores potências de IA do mundo concordando com a urgência de compreender os riscos da tecnologia e garantir o futuro de longo prazo de nossos filhos e netos. Temos o dever de garantir desenvolvimento seguro e responsável da AI, enfrentando os riscos que ela representa desde o início do processo”, afirmou o Premiê britânico, Rishi Sunak, em sua conta no X.
O documento ainda solicita maior transparência por parte de agentes privados engajados nas pesquisas de IA disruptiva, métricas de avaliação apropriadas, ferramentas de testes de Segurança e desenvolvimento de capacidade relevante do setor público e pesquisa científica, baseada em evidências compartilhadas desses riscos visando elevar essa compreensão no contexto de abordagem global ampla em busca de compreender o impacto da IA.
“Muitos riscos decorrentes da IA são inerentemente de natureza internacional e, portanto, são mais bem tratados por meio da cooperação internacional. Decidimos trabalhar juntos, de forma inclusiva, para garantir uma IA centrada no ser humano, confiável, responsável, segura e apoio ao bem de todos, por meio de fóruns internacionais existentes e outras iniciativas relevantes”, prossegue o texto.
A cerimônia ainda confirmou que dois encontros futuros devem tratar de detalhes mais específicos do tema. Segundo informou O GLOBO, a Coreia do Sul concordou em sediar a próxima data, a ser marcada para o próximo semestre, enquanto a França receberá o terceiro evento na segunda metade de 2024.
*Com informações de O GLOBO e The Guardian