Por Wellington Menegasso*
A acelerada jornada digital das empresas fez com que a rápida geração de dados aumentasse a complexidade da sua gestão. Isso é sensível quando pensamos nos diversos e distribuídos ambientes de armazenamento de informações, nas múltiplas nuvens (multicloud), nos datacenters próprios e localidades remotas (Edge). Tais fatores, combinados com um aumento sem precedentes de ataques cibernéticos, orçamentos limitados e times de TI enxutos, torna crucial para as organizações armazenar, proteger e criar cópias de segurança dos seus dados de forma eficiente e alinhado a uma estratégia de resiliência cibernética.
Os dados são um dos ativos mais importante de uma organização, e a sua recuperação é a razão pela qual fazemos backup. E por isso é essencial ter estratégias e ferramentas que permitam a sua recuperação simples, sem riscos e de maneira rápida. A realização de backups regulares, completos e robustos são essenciais para a resiliência cibernética das empresas.
Ter uma estratégia abrangente de resiliência cibernética é importante para mitigar e responder possíveis ataques cibernéticos. O estudo “Innovation Index”, encomendado pela Dell Technologies, ouviu mais de 6.600 executivos em 45 países, sendo 300 deles no Brasil, e mostrou que no País o desafio da resiliência cibernética ainda é bastante presente. Segundo a pesquisa, as organizações estão buscando encontrar o equilíbrio entre proteção e resiliência cibernética ao passo que lidam com a crescente digitalização, a necessidade de inovar e o aumento constante da superfície de ataque.
Isso ocorre pois com dados distribuídos, ambientes de trabalho híbridos, ambientes multicloud, fornecimento como serviço e transformação digital foi desencadeada a necessidade de evoluir estratégias de segurança cibernética para incluir a resiliência cibernética. Existe uma oportunidade para as organizações maximizarem o seu potencial de resiliência a partir da sua estrutura ferramental e com processos de recuperação bem definidos.
À medida que as empresas desenvolvem uma estratégia integrada de resiliência cibernética, sugerimos que considerem as seguintes áreas principais. Listo abaixo sete etapas para desenvolvê-las adequadamente:
Proteja tudo: primeiro é importante entender onde os dados da sua organização estão sendo armazenados e o impacto da perda deles. Para desenvolver um plano holístico, certifique-se de incluir desde bancos de dados, máquinas virtuais e volumes persistentes no Kubernetes, passando por ambientes de computação de borda, de multicloud e de armazenamento como serviço (as-a-Service data)
Modernize seu backup: investigue as opções para realizar backups para ver quais são apropriadas. Recursos de backup, incluindo backups tradicionais, instantâneos, replicação e tecnologias de desduplicação, podem ajudar a acelerar o backup e/ou recuperação. Certifique-se de que os dados gravados no dispositivo de armazenamento de backup sejam recuperáveis à medida que são gravados. Isso direciona o foco na integridade dos dados.
Fortaleça seu ambiente de backup: aplique patches nos sistemas operacionais em que o dado está sendo executado, siga os guias de proteção da ferramenta de backup e ative a criptografia em andamento e/ou em repouso. Além disso, com o aumento das ameaças cibernéticas que atacam ambientes de backup, tornar os dados de backup imutáveis tornou-se essencial.
Acesso seguro ao seu ambiente de backup: isso pode ser feito habilitando autenticação multifator (MFA), controle de acesso baseado em função (RBAC), certificados Transport Layer Security (TLS) e credenciais de API.
Planeje a detecção de anomalias: no caso de malware destrutivo, utilize seus dados de backup para procurar corrupção de dados. Isto pode permitir a detecção precoce de uma violação e garantir que apenas os dados não corrompidos sejam restaurados após um evento cibernético.
Aproveite a automação: pense em como os recursos integrados podem ajudar a reduzir riscos e permitir escala, bem como validar sua capacidade de recuperação. Por exemplo, quando novas máquinas virtuais são criadas, elas podem ser adicionadas automaticamente a uma política de backup.
Considere a criação de um recurso de recuperação isolado da rede (air-gap): crie um ambiente de recuperação confiável que mantenha os dados protegidos contra adulterações, criando um sistema que englobe o isolamento da rede com o uso de um cofre cibernético com air-gap. O cofre isolaria cópias imutáveis de dados de backup completamente removidos da rede de produção. Isto garantirá um ambiente de recuperação que não seja afetado pelo evento cibernético e permitirá uma recuperação mais rápida em cenários críticos. A análise de conteúdo completo pode determinar a integridade dos dados no cofre e fornecer bons pontos de recuperação. Se os backups não estiverem suficientemente protegidos, as organizações correm o risco de dados corrompidos e perdem a capacidade de recuperação de um ataque cibernético.
No mundo digital em constante evolução que vivemos atualmente, as organizações precisam, primeiro, fornecer continuamente os serviços nos quais seus clientes e parceiros confiam. Elas devem, adicionalmente, também proteger a integridade e a privacidade dos dados que os seus consumidores partilham. A modernização das capacidades de proteção de dados, incluindo processos, proporciona uma oportunidade para abordar eficazmente estas duas responsabilidades. Somente assim será possível ter um ambiente tecnológico altamente resiliente.
*Wellington Menegasso é diretor de Vendas de Soluções de Proteção da Dados para o cone sul da América Latina da Dell Technologies