Ataques DDoS seguem como tendência no Brasil

Aumento da banda larga, proliferação de dispositivos IoT desprotegidos e fácil acesso a serviços de cibercriminosos tornam o Mirai uma ameaça iminente aos CSOs; solução pode estar na nuvem

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Cerca de 30% do tráfego mundial de Internet passa pelas redes da Akamai. Com 216 mil servidores ao redor do mundo, sendo 5 mil no Brasil, a empresa tem um grau de visibilidade da rede privilegiado, capaz de afirmar que o número de ataques do tipo DDoS no País crescem em diversos aspectos: frequência e volume. Para Hugo Werner, diretor regional sênior para América Latina, o crescimento está diretamente associado à Internet das Coisas.

 

De acordo com o último Relatório State of the Internet Q4 2016 da empresa, as organizações sofreram 4% mais ataques em relação ao ano anterior globalmente, mas, no Brasil, o crescimento foi superior a 40%. “Uma das principais tendências foram os ataques DDoS volumétricos ou ataques com mais de 100 Gbps, com crescimento maior de 140%, e acima de 300 Gbps, com aumento maior de 200%, no Brasil”, destaca Werner.

 

Além disso, o executivo revela que o Brasil foi o oitavo país do mundo a gerar ataques DDOS em 3% das ações totais com mais de 22.000 IPs diferentes. “Ou seja, o inimigo pode ser o nosso vizinho”, disse. As razões para isso são várias, mas o alto retorno financeiro dos cibercriminosos e a facilidade de contratar serviços desse tipo é um facilitador. “No Youtube há vídeos de como negociar ataques de 60 GB por segundo pagando apenas US$ 4”, complementa Alex Felipelli, Major Account Executive da Akamai.

 

Velhas soluções para novos problemas

 

Embora o Brasil esteja crescendo em maturidade, muitas empresas ainda não dão atenção especial ao problema. “No País, as organizações implementaram, principalmente, soluções que podem proteger contra ataques DDoS tradicionais. Uma vez que elas são alvo desses novos ataques volumétricos ou vetores diferentes, essas soluções tornam-se inúteis”, alerta Werner.

 

Há também o fato de muitas companhias utilizarem softwares piratas, tornando vítimas fáceis de cibercriminosos, que passam a ter controle de suas máquinas. “Soma-se ainda o fato de a banda larga estar aumentando, ou seja, algo criado para o bem é utilizado para o mal, já que potencializa a força dos ataques”, explica Felipelli.

 

O aumento dos ciberataques também está relacionado com o crescimento da instalação de novos data centers de uma grande empresa de IaaS (Infrastructure-as-a-Service) no País. Desde a chegada dessas estruturas, a Akamai registrou um grande acréscimo no tráfego malicioso saindo no Brasil, especificamente desses DCs.

 

Como quase todos os setores de negócios hoje dependem da internet, os ataques que utilizam o malware Mirai continuarão crescendo ao redor do mundo. A falta de segurança dos dispositivos móveis coopera para este cenário. Bancos, E-commerces, empresas de games, Governo e Mídias, no entanto, são as mais ameaçadas atualmente.

 

 

Solução na nuvem

 

“As empresas se protegem de novos ataques com velhas soluções”, destaca Felipelli. Na visão do executivo, a melhor forma de conter essas iniciativas é por meio da nuvem. “O ataque é distribuído, por isso é melhor que a proteção também seja espalhada em vários ambientes”.

 

Felipelli explica que a solução na nuvem tem vários benefícios, como a atualização automática. “Muitos colaboradores, a fim de reduzir custos, realizam os updates manualmente, correndo riscos desnecessários”, afirma. Quando tudo está em compliance, a segurança em cloud pode ser mais eficaz que aquele feita ´dentro de casa´”, conclui o executivo.

 

Com receita de US$ 2.3 bilhões, a Akamai vem se destacando também como uma empresa fornecedora de soluções de Segurança. Nos últimos quatro anos, é a área que mais cresce na companhia, sendo hoje responsável por 1/3 do faturamento. Um bom exemplo do foco da companhia neste setor foi a recente aquisição da Cyberfend, em 2016, especializada na detecção de ataques automatizados.

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