Estudos da Serasa Experian mostram uma forte relação entre grandes eventos internacionais e o aumento das tentativas de fraude. Segundo os especialistas, o fenômeno acontece basicamente por dois motivos: durante acontecimentos esportivos, como Olimpíadas e Copa do Mundo, existe um aumento natural na compra de passagens aéreas, ingressos, produtos relacionados ao tema e reservas em hotéis pela internet. Todo esse cenário multiplica as chances de os criminosos intensificarem seus métodos, lesando empresas e consumidores. Uma prática comum nessas ocasiões que exige cuidado dos consumidores e empresas é o phishing. O termo é utilizado para denominar a fraude eletrônica por meio da qual os fraudadores visam adquirir informações pessoais de diversos tipos: senhas e dados financeiros, como número de cartões de crédito, entre outros. Para serem bem sucedidos, fazem uso de um tema de interesse público para realizar ações e campanhas por e-mail, mensagens instantâneas e SMS como, por exemplo, sorteios e premiações falsas.
O acompanhamento dos eventos – pela mídia ou pessoalmente – também toma a atenção das pessoas, tonando-as mais suscetíveis ao roubo de identidade. Portanto, os Jogos Olímpicos Rio 2016 podem ser um terreno fértil para a prática desse tipo de crime.
Para se ter uma ideia, uma companhia aérea da África do Sul viu as tentativas de fraude saltarem de 15% para 50% durante a Copa do Mundo no país, em 2010. Outros indicativos comprovam que as fraudes com cartão de crédito, por ocasião do evento, aumentaram 53%, sendo que as transações com cartões não presentes (compras por telefone ou internet) contribuíram com 35,4% dos casos. Além disso, os prejuízos por fraude com cartões emitidos em outros países e utilizados no interior da África do Sul cresceram 72% na época do mundial, segundo levantamento da Serasa Experian.
“Precisamos pensar na fraude como uma indústria”, diz a vice-presidente da Unidade de Negócios Decision Analytics da Serasa Experian, Mariana Pinheiro. “As organizações que agem nessa área são estruturadas e se valem de tecnologia e logística para obterem sucesso.” Para ela, a arma mais eficaz, tanto para quem compra como para quem vende, é a prevenção. “As empresas que atuam com operações não presenciais têm o desafio de se protegerem sem comprometer a relação com os clientes. Já os consumidores precisam se manter atentos, desconfiando de ofertas muito vantajosas e buscando e-commerces idôneos.”