AI na Cibersegurança será disputada entre bons e maus usuários, diz CTO da VMware

Os próximos passos da Inteligência Artificial Generativa em SI serão definidos pela corrida de usos entre o setor de cyber e o cibercrime. Essa é a constatação da VP Américas e CTO da VMware, Amanda Blevins, que ressaltou ser uma necessidade habilitar os clientes para absorverem essa disrupção já em andamento nas estratégias de defesa cibernética

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A chegada das novas tecnologias baseadas em Inteligência Artificial Generativa deu início a uma disrupção no mercado de Segurança da Informação, tanto para o bem quanto para o mal. Essa corrida pela hegemonia da tecnologia é uma tendência dos próximos anos e definirá qual o papel da IA na Cibersegurança como um todo.

Segundo a Vice-presidente para Américas e CTO da VMware, Amanda Blevins, a Inteligência Artificial, como outras inovações anteriores a ela, será definida a partir dos usos que forem dados a ela, sejam eles bons ou ruins. Portanto, cabe às empresas do ramo, a partir de bons casos de uso definidos com clientes, estabelecer depressa os usos positivos para a Segurança dos ambientes.

“A convergência entre SI e AI Generativa é provavelmente o tópico mais discutido nos últimos meses, especialmente por agências reguladoras e governos. Todos eles se preocupam com a possibilidade de esse recurso potencializar ciberataques e facilitar infiltrações”, explicou a executiva durante coletiva de imprensa no evento VMware Explore Brasil 2023, ocorrido hoje em São Paulo.

Amanda explica que esse cenário de disputa manterá abordagens sólidas de proteção, a exemplo dos conceitos de Zero Trust, como demandas de urgência dentro da companhia mesmo com os hackers expandindo seus usos de AI. No entanto, a tecnologia também terá capacidade de responder a essas necessidades, pois ela trará condições de empresas e profissionais sem a bagagem adequada no tema a definir parâmetros mais seguros de proteção.

Muitos desses avanços já eram feitos em relação à detecção de ameaças, mas agora outros casos de uso começam a surgir também no campo do monitoramento de alertas e manutenção da visibilidade dos ambientes, sendo especialmente úteis na prevenção de incidentes. A CTO afirma que tanto a VMware quanto outros players do mercado têm se debruçado justamente sobre esses estudos de caso.

“Enquanto do nosso lado como defensores precisamos tomar atitudes efetivas e corretas a todo o momento, os invasores precisam acertar apenas uma vez. Dessa forma, se eles podem usar a AI para maximizar as chances de acerto, a ferramenta também pode nos ajudar a diminuir nossa margem de erro, automatizando processos e reduzindo o fator humano de tarefas mais simples”, continuou ela.

AI personalizável

Nesse sentido, a estratégia da fornecedora é preparar rapidamente a sua base de clientes e receber eventuais soluções de AI Generativa de forma mais amigável e segura no seu ambiente. Com isso, a VMware reforçou sua parceria com a NVIDIA em favor do Private AI Foundation. O objetivo é oferecer condições dos próprios clientes desenvolverem suas próprias linguagens de Inteligência Artificial.

“Nesses dias, todos os países do mundo estão avançando em marcos regulatórios da AI, mas por ser um trabalho longo e exigir muito estudo, as empresas temem perder conformidade com a lei se não desacelerarem a inovação. Por isso o Private AI é tão importante, pois dará recursos para as empresas adaptarem suas inovações internamente, a depender das próprias operações e do cenário externo.”

Essa parceria busca incentivar ainda a formação de novas políticas de AI responsável dentro das companhias, visando estabelecer limites de uso antes que os ciberataques alimentados pela tecnologia se alastrem pelo ciberespaço. “Ainda há o grande risco de a falta de regulações tornar esse cenário em um faroeste. E como ainda existe todo esse potencial para o mal, quanto mais bem estabelecidas forem as leis, mais útil a AI se tornará”, encerrou Amanda.


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