“Acreditamos que o invasor seja afiliado ao grupo Lapsus$”, diz Uber sobre incidente

Segundo a empresa, a invasão ocorrida na semana passada pode ter sido promovida pelo grupo bastante ativo no último ano. Companhia está apurando caso junto ao FBI e conta também com trabalho de empresas especializadas em perícia digital

Compartilhar:

Em um desdobramento da invasão cibernética ocorrida em seus sistemas, a Uber publicou no dia de hoje (19) novas informações a respeito do caso. Segundo a empresa, os envolvidos na operação teriam envolvimento com o grupo cibercriminoso Lapsu$, que, como o comunicado relembra, assumiram a autoria de outras grandes invasões de sistemas nos últimos tempos de grandes empresas como Microsoft, Nvidia e Cisco.

 

“Acreditamos que o invasor (ou invasores) são afiliados a um grupo de hacking chamados de Lapsu$, que tem estado expansivamente ativos nesse último ano. Esse grupo usa tipicamente técnicas similares para mirar companhias de tecnologia, e apenas em 2022, já foram responsáveis pela invasão da Microsoft, CISCO, Samsung, Nvidia e Okta, além de outros. Houve relatos no fim de semana que o mesmo grupo invadiu a produtora de vídeo games Rockstar Games. Estamos em estreita coordenação com o FBI e o Departamento de Justiça dos EUA”, diz a nota.

 

A Uber ainda informou que é possível que os invasores compraram as senhas de acesso na Dark Web, depois que um dos aparelhos da companhia foi infectado com um malware, expondo essas credenciais. Depois disso, o invasor tentou repetidamente acessar a conta infectada. Em todas as vezes, a conta recebeu um pedido de aprovação e login, que bloqueou o acesso inicial. Entretanto, em dado momento, o hacker foi bem-sucedido em logar.

 

Entre as medidas de defesa usadas, a Uber citou a detecção de contas de funcionários que foram comprometidas, bloqueando seus acessos; o desligamente de várias ferramentas internas afetadas; o bloqueio do código-base evitando alterações desse código; e vigilância adicional para reagir à novas atividades suspeitas.

 

“O atacante acessou muitos sistemas internos, e a nossa investigação focou em determinar se houve impacto material. Antes de mais nada, não detectamos nenhum acesso na produção de sistemas que fazem o funcionamento dos nossos apps, bem como contas de usuários, nossos databases que usamos para armazenar informações sensíveis; como cartões de crédito ou contas bancárias; ou mesmo histórico de viagens”, completa o comunicado.

 

A Uber também informa que está trabalhando com várias empresas especializadas em perícia digital como parte da investigação. “Também aproveitaremos esta oportunidade para continuar a fortalecer nossas políticas, práticas e tecnologia para proteger ainda mais a Uber contra ataques futuros”, finaliza.

 

Conteúdos Relacionados

Security Report | Destaques

Ciberataque a provedor de TI gera prejuízo de R$ 500 milhões em serviços financeiros

A C&M Software, que atua como parceira terceirizada na administração de troca de informações entre as instituições do Sistema de...
Security Report | Destaques

Ransomware: 66% das empresas atingidas no Brasil pagaram resgate, alerta pesquisa

A Sophos apresentou, em encontro fechado com jornalistas, a edição de 2025 do estudo “State of Ransomware”, que ressaltou a...
Security Report | Destaques

Incidente cibernético tira do ar portal da Prefeitura de Dourados (MS)

Desde o início dessa semana, o site do governo municipal estava impossibilitado de ser acessado pelos cidadãos devido a uma...
Security Report | Destaques

Q-Day à vista: riscos devem acelerar transição para criptografia pós-quântica?

Embora a computação quântica ainda esteja em fase experimental, adversários já se antecipam ao coletar dados criptografados que poderão ser...