*Por Alex Amorim
No mundo atual, onde a tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas, é crucial que as escolas preparem os alunos para lidar de forma segura e responsável com as informações digitais.
Vivemos em uma era de conectividade constante, em que o acesso à internet e o uso de dispositivos eletrônicos se tornaram parte essencial do dia a dia. No entanto, muitas vezes não somos plenamente conscientes dos riscos que essa realidade traz. Concorda?
Acredito que a inclusão da disciplina de segurança da informação nas escolas possa ajudar a preencher essa lacuna e fornecer aos alunos as habilidades necessárias para protegerem-se e protegerem os outros no mundo digital.
Um dos principais benefícios de ensinar segurança da informação nas escolas é capacitar os jovens a reconhecer e evitar ameaças virtuais, como phishing, malware e roubo de identidade. Com conhecimentos sólidos desde o início da era digital sobre práticas de segurança, os alunos seriam capazes de identificar sinais de alerta e adotar medidas para proteger suas informações pessoais. Quem nunca viu escolas que possuem um usuário e senha padrão e/ou padronizado para os alunos acessarem os ambientes internos?
Além disso, a disciplina de segurança da informação também poderia desenvolver nas crianças e adolescentes uma mentalidade ética em relação ao uso da tecnologia. Ao aprender sobre temas como privacidade (LGPD), ciberbullying e o impacto das ações online, os alunos estariam mais propensos a se tornarem cidadãos digitais responsáveis, respeitando a privacidade dos outros e agindo de maneira ética no ambiente virtual.
Outro ponto importante é o fato de que a inclusão da segurança da informação na formação escolar prepararia os alunos para enfrentar desafios futuros no mercado de trabalho.
Com o crescimento constante da economia digital, as empresas estão cada vez mais preocupadas com a proteção de seus dados e informações sensíveis. Ao possuírem conhecimentos em segurança da informação desde cedo, os estudantes estariam em vantagem ao ingressar no mercado de trabalho, aumentando suas oportunidades profissionais.
Além disso, a inclusão dessa disciplina não implica apenas na formação de profissionais de segurança cibernética, mas também em fomentar uma cultura de segurança digital que permeie todas as áreas.
A conscientização sobre boas práticas de segurança beneficiaria a sociedade como um todo, reduzindo a incidência de crimes virtuais e fortalecendo a confiança nas interações online.
Conforme reportagem do UOL, a pedagoga Rita Fraga destaca o aumento do bullying entre adolescentes, nos últimos anos, mostra que falta prevenção entre os pequenos. Em 2022, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, 40% dos adolescentes afirmaram já terem enfrentado bullying — em 2009, eram 30,9%.
A lei 14.811/2024 foi sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2024 insere os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal, com penas que vão de multa a 4 anos de prisão.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos mostrou que o Brasil é o segundo país com a maior incidência de casos de cyberbullying no mundo. Cerca de 30% dos pais e responsáveis brasileiros afirmaram terem tido conhecimento de, pelo menos, um caso em que o seu filho foi vítima de bullying. E apenas 11% dos entrevistados não sabia se os seus filhos já tinham passado por situação de constrangimento ou humilhação pela internet.
Com base nos pontos apresentados acima, é fundamental que as escolas considerem seriamente a inclusão da disciplina de segurança da informação em suas grades curriculares. Essa medida não apenas forneceria conhecimentos e habilidades importantes para os alunos, mas também contribuiria para a construção de uma sociedade digital mais segura e consciente.
Vamos juntos promover a inclusão da segurança da informação na formação escolar e preparar nossos alunos para um futuro digital mais seguro!
“Diante do cenário atual de crescentes ameaças virtuais e da importância da segurança da informação na sociedade digital, podemos realmente nos dar ao luxo de não incluir essa disciplina nas escolas?
Como podemos garantir que nossos jovens estejam preparados para enfrentar os desafios e proteger suas informações pessoais no mundo digital em constante evolução?
*Alex Amorim é Especialista em Privacidade e Segurança da Informação, Membro de Conselho, Fundador e Presidente do IBRASPD