A F5 anunciou as descobertas do estudo State of Application Strategy 2025 (SOAS). A pesquisa foi construída a partir de entrevistas com 650 líderes de TI e Cybersecurity do Brasil e do mundo e apontou que 96% dos líderes estão planejando ou já desenvolvendo suas próprias plataformas de IA. Trata-se de uma iniciativa que pode levar entre dois e cinco anos. De acordo com os especialistas, o meio para atingir essa meta pode ser uma fábrica de IA que pertencente à empresa ou o consumo de modelos corporativos de IA “as a service”.
Segundo a pesquisa, orçamentos e times têm de ser constituídos para que o modelo de IA próprio seja implementado, trata-se de um processo complexo, com inúmeras fases de testes. Os especialistas explicam que as organizações esperam conquistar um modelo de IA híbrido que facilite a logística para os clientes, parceiros e colaboradores, além de fazer isso de modo seguro e aumentando a produtividade.
Um grande portal B2C com seu modelo IA, por exemplo, possibilitaria que um cliente que acabou de comprar um apartamento compartilhasse vídeos ou fotos do espaço, além de suas preferências pessoais, valor a ser investido etc. O mar de dados da IA incluiria tanto informações internas à corporação como dados públicos coletados das redes sociais deste consumidor, conforme apontou a organização.
“A partir daí, a plataforma de negócios baseada em IA iria gerando imagens com o apartamento, antes vazio, sendo aos poucos ocupado por móveis, eletrodomésticos, objetos decorativos etc. A compra dos produtos aconteceria com um simples clique, numa excelente experiência de usuário”, afirmou Miranda.
Para se chegar a um resultado como esse, no entanto, o relatório reforçou que é necessário equacionar vários desafios. Já que 54% dos entrevistados disseram não contar com um time com as habilidades necessárias para desenvolver seu modelo próprio de IA.
O relatório trouxe que quase metade dos entrevistados se preocupam com as inconsistências dos dados, ou seja, há dúvidas se a informação sendo alimentada na plataforma IA é verdade. Outros problemas relacionados são a falta de dados suficientes, sistemas digitais ainda incompatíveis com a nova tecnologia e a desconfiança nos nos resultados gerados pelo modelo IA por causa de desvios (bias) e alucinações.
Durante a análise foi levantado que 93% das organizações afirmam que seus processos dependem de aplicações digitais que realizam transações B2C e B2B e atendem tanto clientes como colaboradores e parceiros. “No Brasil esse movimento ainda é inicial, com grandes bancos e organizações com foco em inovação como Qinv, Linx, Veloe, Finansystech e Totvs criando seus modelos de IA. É um avanço inevitável, que alterará o quadro de dependência e vulnerabilidade das empresas às plataformas públicas de IA como ChatGPT e OpenAPI”, disse Vinicius Miranda, gerente de soluções de engenharia da F5 LATAM.
O SOAS 2025 apontou também que a multinuvem segue sendo uma realidade nas empresas, 94% implementam aplicações e APIs (Application Programming Interfaces) neste modelo, com uma média de quatro nuvens públicas em operação. E, finalmente, a repatriação de aplicações da nuvem pública para a privada segue sendo mencionada. 79% realizaram esse movimento em 2024.