2021 foi o ano em que as empresas perceberam a necessidade de proteger seus dados após a acelerada transformação digital que muitos enfrentaram nos meses anteriores. Elas também perceberam que há uma lacuna na integridade do negócio, que é, como quem diz, uma lacuna entre onde os dados estão hoje e onde devem estar para dar os serviços e funcionalidades que um negócio digital requer. Bruno Lobo, General Manager da Commvault América Latina, aponta algumas tendências que devem ditar o mercado de segurança neste ano:
1.Investimentos tecnológicos mais inteligentes
Um dos maiores desafios atuais é que os orçamentos não são tão abundantes como antes, por isso, até 2022, os gestores de negócios e TI devem concordar sobre quais são suas prioridades. Como tal, eles buscarão fazer investimentos tecnológicos mais inteligentes. De acordo com o Gartner, os gastos do usuário final em todo o mundo em serviço em nuvem pública saltarão de US $ 242,6 bilhões em 2019 para US $ 692,1 bilhões em 2025, atingindo uma taxa composta de crescimento anual de 16,1% (CAGR). Já os gastos com serviços em nuvem SaaS podem alcançar o patamar de US $ 145,3 bilhões em 2022, atingindo um crescimento de 19,3% comparado ao ano passado.
Esses dados mostram que, neste ano, as empresas buscarão cada vez mais soluções como serviço, pagando apenas pelo que precisam e usam. Também veremos um volume maior de cargas de trabalho transitando para a nuvem pública para acelerar projetos de TI.
2.Simulações para verificar a integridade dos dados
Em 2022, os executivos começarão a exigir que suas equipes de TI realizem periodicamente “simulador de alarme” para testar a robustez, resiliência e velocidade dos processos e soluções de recuperação de desastres e segurança cibernética e desastres.
Embora um simulador de ataques de ransomware em tempo real exija um investimento de tempo e dinheiro, esses exercícios podem garantir a solidez das defesas contra os ataques cibernéticos de uma empresa ou descobrir pontos frágeis que os cibercriminosos poderiam explorar. Essas ações também servem para verificar se é possível, se o pior cenário se materializar e os dados forem bloqueados, alterados ou destruídos em um ataque, uma rápida recuperação de um backup, convertendo o que poderia ser um desastre de dados em um simples incidente.
3.Mais dados e mais provedores de hiperescala
Com o crescimento de dados a uma taxa anual de 23, muitas empresas adotam tecnologias diferentes, como a nuvem ou serviços as a service para gerenciar esses volumes de dados. Ao mesmo tempo, muitos recorrem a fornecedores de hiperescala, como a AWS e o Google, que têm enormes capacidades de dados esperando para serem consumidos. À medida que avançamos para 2022, será uma prioridade para as empresas saberem onde seus dados estão, como são usados, como são devidamente protegidos e como recuperá-los rapidamente.
Nem todas as nuvens possuem as mesmas soluções de proteção de dados: é fundamental que cada carga de trabalho seja armazenada na nuvem correta com proteção adequada. Atender a esses requisitos não significa apenas que os dados estão protegidos contra qualquer ameaça que possa tentar entrar nos sistemas, mas permitirá às empresas extraírem valor de seus dados.
4.Aplicativo SaaS e proteção de dados em nuvem
Embora as empresas usem soluções de proteção de dados há anos para fazer backups locais, o mesmo não acontece com os dados SaaS e aplicativos em nuvem. No entanto, à medida que cada vez mais empresas transferem uma porcentagem maior e mais importante de dados para a nuvem, a criticidade desses dados aumenta exponencialmente, por isso será vital proteger e ser capaz de restaurar rapidamente os dados na nuvem após um ataque cibernético, má configuração ou outro desastre.
5.Aumento dos ataques direcionados
Malware direcionado a instituições financeiras ou de saúde, aproveitando-se da pesquisa covid-19, mostra que os ataques são cada vez mais calculados e focados, e continuarão a ser assim neste ano. Um trágico exemplo foi o blecaute nos dados do ConecteSUS, O Ministério da Saúde informou que, somente na segunda-feira (10/1), um mês após os ataques, o sistema de registros voltou a funcionar. As plataformas que registram números de casos, mortes e a vacinação contra a Covid-19, ficaram fora do ar após ataque hacker.
Mas não é apenas a área da saúde, em 2022 nenhuma indústria estará segura: os cibercriminosos visam qualquer organização que possa pagar um resgate e a adoção maciça do “home office” aumentou drasticamente o cenário de ameaças. Portanto, não é surpreendente se o cibercrime e o ransomware em 2022, em particular, continuarem sendo um desafio importante para as empresas. Proteger ambientes de computador, que crescem cada vez mais, será uma prioridade máxima.
6.Ascensão da IA e ML
Para evitar tais ataques, todas as empresas, independentemente de sua indústria, devem buscar novas tecnologias que simplifiquem e fortaleçam seus serviços de proteção de dados. Entre os próximos 12 a 24 meses, espera-se ver melhorias em Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML), o que pode ser uma grande vantagem para essas tarefas. A expansão para uma inteligência mais elevada também será altamente benéfica – e, como tal, espera-se que ela seja amplamente adotada – pois, pode fornecer uma visão aprofundada dos dados de negócios a uma taxa mais rápida do que a experimentada até agora. Isso levará a uma maior vantagem competitiva, bem como segurança e proteção de dados contra o crescente cenário de ameaças.