Segundo uma pesquisa recente do Gartner, a segurança contra desinformação deve se tornar uma prioridade para as empresas até o final da década. O relatório prevê que, até 2030, pelo menos 50% das empresas terão adotado produtos ou serviços voltados ao combate à desinformação, um salto significativo frente aos menos de 5% registrados em 2024.
Essa nova camada de proteção vai além dos firewalls e antivírus tradicionais. “A segurança contra desinformação é uma disciplina emergente focada em ameaças externas à rede da organização”, explicou Ray Valdes, Vice-Presidente e Analista do Gartner. “Ela envolve desde a detecção de deepfakes e prevenção de personificação, até a proteção da reputação digital e da marca.”
Tendências para o futuro
Além da segurança contra desinformação, o Gartner identificou outras tendências disruptivas que devem impactar diretamente os sistemas empresariais nos próximos anos. Entre os destaques estão a adoção de aplicações baseadas em GenAI e o avanço da chamada Earth Intelligence. Essas tecnologias prometem redefinir a forma como empresas operam, tomam decisões e se conectam com clientes e o ambiente.
Aplicações empresariais com GenAI
Segundo o Gartner, a evolução da inteligência artificial generativa (GenAI) está transformando a arquitetura de software corporativo. As tradicionais interfaces sequenciais, orientadas por formulários, estão dando lugar a experiências mais dinâmicas, combináveis e personalizadas, ativadas por prompts textuais e multimodais.
Para Ray Valdes, Vice-Presidente e Analista do Gartner, as empresas que fornecem softwares corporativos precisarão se adaptar rapidamente:
“Para permanecerem competitivos, os fornecedores tradicionais de software corporativo precisarão reestruturar suas aplicações para atender às soluções de GenAI combináveis.”
A consultoria projeta que, até 2029, mais de 50% das interações de usuários em processos de negócios vão utilizar grandes modelos de linguagem (LLMs), contornando a interface do usuário convencional, resultado significante segundo a organização, ao serem comparados com os dados atuais que não chegam a 5% .
De acordo com a pesquisa essa mudança, exige que os sistemas de informação empresariais passem a ser mais conversacionais, contextuais e responsivos, possibilitando respostas em tempo real com base em linguagem natural, imagens e outros tipos de entrada.
Earth Intelligence
Outra tendência que promete impactar diretamente as estratégias de negócios é a Earth Intelligence. O relatório informou que a tecnologia utiliza inteligência artificial para analisar dados geoespaciais (satélites, drones e sensores terrestres), permitindo o monitoramento detalhado de ativos e atividades no planeta.
De acordo com o Gartner, até 2028, cerca de 80% dos principais ativos da superfície terrestre serão monitorados globalmente por meio de satélites ativos. Esse tipo de tecnologia já está sendo aplicada com sucesso por setores como defesa e energia, mas sua aplicação em empresas de todos os segmentos cresce rapidamente.
“Earth Intelligence não se resume a mapas e gráficos. Estamos falando de dados precisos sobre produção agrícola, movimentação industrial e até indicadores econômicos como a receita de parques temáticos”, explicou Valdes.
Ainda a organização apontou a capacidade de capturar, interpretar e transformar dados do planeta em insights acionáveis abre novas possibilidades para os sistemas empresariais, incluindo monitoramento de cadeias logísticas, sustentabilidade ambiental e estratégias baseadas em localização.