A pesquisa da FEBRABAN, em parceria com a Deloitte, sobre investimentos e gastos com tecnologia no setor bancário apontou que as instituições financeiras fizeram aportes na ordem de R$ 30 bilhões em 2021. Para 2022, a expectativa é que esse número ultrapasse os R$ 35 bilhões, representando aumento de 18% em comparação com o ano passado. Dentre as prioridades, Segurança Cibernética, Inteligência Artificial e Cloud são as áreas TOP 3 para os bancos.
Ainda segundo o levantamento, a Segurança registrou 100% na expansão dos investimentos no ano passado. Para esse ano, a pesquisa perguntou aos entrevistados onde esperam aumentar os investimentos em SI, 54% responderam que pretendem investir em infraestrutura e arquitetura tecnológica, enquanto 52% optaram por tecnologias de prevenção a ameaças cibernéticas. Além disso, 50% dos respondentes irão investir em gestão de identidades e acessos e 38% em Cloud Security.
Para Rodrigo Mulinari, Diretor de Tecnologia do Banco do Brasil, a confiança e Segurança são fortalezas e fazem parte do DNA das instituições financeiras. Na visão do executivo, os investimentos deixam as equipes de SI ainda mais capacitadas para detectar qualquer anomalia e responder rapidamente em casos de incidentes cibernéticos.
“Essas tecnologias formam um conjunto tecnológico robusto e que permeia toda a estratégia dos bancos. Ou seja, teremos mais recursos para melhorar a experiência do cliente, garantir uma boa arquitetura tecnológica e ampliar ainda mais a Segurança Cibernética”, diz o executivo durante painel promovido na manhã desta quinta-feira (11) no FEBRABAN TECH, em São Paulo.
Ele reforça também que esse movimento contribui para ampliar a confiança dos bancarizados em usar cada vez mais os canais digitais. Segundo a pesquisa da FEBRABAN, 7 em cada 10 transações são feitas em canais digitais, “é natural que neste processo também adicionemos estratégias de conscientização e ensinamentos para que os usuários utilizem melhor os recursos e não caiam em golpes”, acrescenta.
Estevão Lazanha, Diretor de Tecnologia do Itaú Unibanco, destaca que a Cibersegurança é fundamental porque transmite confiança, um grande valor do setor bancário. “Investir nesses pilares faz parte da nossa essência. Entregamos uma adesão muito grande nos canais digitais e a pandemia acelerou esse processo, é natural que a gente precise ensinar os cuidados básicos aos usuários”, acrescenta Lazanha.
Momento de mudança
O executivo chama atenção também para outro desafio dos bancos, em repensar os modelos operacionais da TI a fim de fomentar uma atuação mais direcionada à digitalização. Para Lazanha, chegou o momento de a TI olhar para o novo momento dos bancos e redesenhar as arquiteturas a fim de fazer frente aos novos modelos de negócio. “É preciso repensar não só a TI, mas também o mindset da organização, não podemos ter programas que desprezam a necessidade de mudança na cultura dos bancos. O momento não permite mais silos, isso precisa acabar”, ressalta.
O movimento do Open Finance traz uma ampla mudança social pautada em transformação digital, otimização do uso de dados, criação de novos modelos de negócios e aumento da competitividade no setor. Sua implementação no Brasil começou em fevereiro de 2021, em fases com níveis crescentes de complexidade e transformação contínua. Nesse processo de implementação, alguns temas têm demandado maior atenção das instituições financeiras, entre os quais se destacam a padronização da informação, com 61%, e a definição das novas estratégias de negócios, com 57%.
O consentimento dos clientes para o compartilhamento dos dados no contexto do Open Finance é um tema de destaque para 39% dos bancos. A expectativa do mercado é a de que os clientes compartilharão mais seus dados à medida que o ecossistema entregar uma experiência estável e integrada, com valor gerado por sua conveniência, simplicidade e usabilidade.