Ronin Network perde R$ 3 bilhões em maior ataque cibernético da história

A rede comentou que a maior parte dos tokens não foi afetada, mas o hacker conseguiu roubar 173 mil WETH e 25,5 milhões da stablecoin USD Coin. Os desenvolvedores seguem trabalhando para recuperar os fundos para tentar devolvê-los aos usuários atingidos

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O jogo play-to-earn (P2E) baseado em NFTs, Axie Infinity, virou uma verdadeira febre no ano passado e se tornou uma das maiores histórias de sucesso de criptomoedas. No entanto, na última semana, o protocolo Ronin Network, que faz a ponte entre o Ethereum e o Axie Infinity, tornou-se vítima de um dos maiores hacks da história, perdendo cerca de US$ 620 milhões em criptomoedas. Na cotação atual, isso equivale a quase R$ 3 bilhões.

 

“O gigantesco aumento que ocorreu na quantidade de usuários no jogo Axie Infinity em 2021, fez com que se buscassem soluções para que as transações do jogo tivessem um custo menor. A Ronin foi construída justamente para isso. É, portanto, algo extremamente recente dentro de um universo novo”, destacou o especialista em criptomoedas e cofundador do CriptoFácil, Paulo Aragão.

 

Detalhes do hack à Ronin

 

De acordo com um comunicado divulgado pela equipe da Ronin, a maior parte dos tokens não foi afetada, mas o hacker conseguiu roubar 173 mil WETH (Wrapped Ethereum) e 25,5 milhões da stablecoin USD Coin (USDC).

 

Logo após confirmar o ataque, os desenvolvedores da Ronin disseram que estão trabalhando para recuperar os fundos para tentar devolvê-los aos usuários atingidos. Ainda segundo os desenvolvedores, o hack ocorreu no dia 23 de março. Para realizar o ataque, os hackers utilizaram chaves privadas roubadas para ter acesso aos nós validadores. Em seguida, conseguiram ter acesso aos nós da rede e, consequentemente, aos tokens.

 

Apesar de o ataque já ter ocorrido há mais de uma semana, ele só foi revelado na última terça-feira, dia 29, quando um usuário não conseguiu realizar um saque de 5 mil ETH. Ele percebeu que os fundos haviam sido roubados e entrou em contato com a equipe da Ronin.

 

Conforme destacou Felipe Escudero, analista de criptoativos e sócio da O2 Research, este é o segundo hack em menos de 5 meses que desvia mais de 600 milhões de dólares.

 

“Se considerarmos os principais hacks em valor, veremos que todos os 15 maiores roubos aconteceram entre 2021 e 2022. O que mostra uma tendência contínua neste tipo de golpe”, observou.

 

Já Aragão ressaltou que um fato em particular pode indicar que os recursos roubados poderão ser recuperados: “Algo que me chamou a atenção é que os valores que foram roubados estão sendo transferidos para exchanges centralizadas. Portanto, muito provavelmente uma boa parte será recuperada.”

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