Quais os desafios de conformidade com a LGPD na migração para nuvem?

Multa para quem descumprir alguma das diretrizes da lei pode chegar a R$ 50 milhões, por isso, atentar-se para a preservação dos dados pessoais de usuários e clientes deve ser demanda crítica no processo

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Até 2025, 85% das organizações irão adotar uma abordagem que prioriza o cloud computing, segundo pesquisa da Gartner. Também chamada de computação em nuvem, a tecnologia permite o armazenamento e o acesso a dados, arquivos e programas remotamente, a partir de dispositivos conectados à internet.

 

No entanto, a migração para a nuvem não pode acontecer sem considerar a segurança das informações e a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em vigor desde 2020, ela define diretrizes para a coleta, o armazenamento e o uso de dados pessoais pelas empresas.

 

A multa para quem descumprir alguma das normas estabelecidas pela lei pode chegar a 2% do faturamento da organização, limitada a R$ 50 milhões. Além disso, os dados pessoais relacionados às infrações podem ser bloqueados até que a situação seja regularizada e, em certos casos, as informações podem ser apagadas. A penalidade mais severa da LGPD é a suspensão das atividades da empresa, parcial ou totalmente, aplicada em último grau.

 

Por isso, para evitar sanções legais e garantir que a transição de dados pessoais para a nuvem seja feita de maneira segura e em conformidade com a LGPD, é preciso ter atenção a cada uma de suas etapas.

 

De acordo com a Serasa, o primeiro passo é escolher um provedor de serviços em nuvem que seja confiável e tenha boa reputação em relação à segurança. Para isso, é necessário se certificar que o serviço contratado adota medidas como a criptografia dos dados armazenados, o que impede que as informações sejam acessadas por terceiros não autorizados.

 

Os provedores também devem atender a diversas responsabilidades, como manter registros detalhados das atividades de processamento de dados em nome do cliente e informá-lo, caso ocorra alguma violação.

 

A Serasa reforça, ainda, a importância de ler e compreender as políticas de privacidade do fornecedor contratado e sempre ativar a autenticação de dois fatores, recurso que adiciona uma camada extra de segurança ao acesso aos dados.

 

Nesse processo de implementação e manutenção, também pode ser interessante contratar uma empresa de desenvolvimento de software para realizar uma análise completa dos dados que serão migrados, incluindo a identificação de informações sensíveis e a avaliação dos riscos associados ao seu armazenamento na nuvem, o que auxilia na implementação de controles adequados.

 

Também é aconselhável que as organizações realizem auditorias e revisões regulares de suas políticas e procedimentos de segurança, bem como analisar logins e registros de atividade para identificar e corrigir possíveis falhas.

 

A empresa também pode realizar treinamentos para os funcionários, garantindo que eles estejam cientes das melhores práticas de privacidade. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é fundamental que todas as pessoas que trabalham em uma empresa conheçam integralmente as normas estabelecidas na LGPD, especialmente quem lida diretamente com dados pessoais, internos ou externos.

 

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