Previsões sobre crimes financeiros em 2016

Maior investimento em organizações terroristas, lavagem de dinheiro, regulamentação e prevenção de perda de dados e seleção de funcionários mais apurada são alguns dos aspectos importantes que permeiam as decisões dos executivos C-level

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Os crimes financeiros vão evoluir rapidamente em 2016. Nunca foram tão onerosos os desafios relacionados à due dilligence, ou seja, do inglês, diligência prévia (processo de investigação e auditoria de uma oportunidade de negócio) e à precisão no gerenciamento de riscos.

A FICO identificou alguns desafios que as instituições financeiras vão enfrentar em 2016, para resumir algumas das áreas que os executivos decisores (C-suite) devem observar, a fim de determinar suas futuras estratégias de gerenciamento de riscos de crimes financeiros.

• O financiamento de organizações terroristas deve dobrar em 2016: Segundo relatório da CIA, estima-se que hoje o Estado Islâmico recebe US$ 3 milhões por dia com a venda de petróleo. Os recursos provenientes desse negócio devem crescer se os bancos e as empresas não conseguirem identificar quem é o beneficiário final.

• A legislação internacional anticorrupção e de combate ao suborno está em alta em resposta ao lento crescimento da economia: Os países do G20 se esforçam para enfrentar a corrupção e a lavagem de dinheiro, na tentativa de garantir um aumento de 2% do PIB global.

• 2016 será o ano em que os meios que permitem a evasão fiscal vão começar a desaparecer: O intercâmbio internacional de informações fiscais vai passar pelo primeiro teste real neste ano.

• As regulamentações e a prevenção de perda de dados continuarão sendo uma das principais prioridades da C-suite: O aumento de violações de dados vai impor uma atualização das leis relacionadas ao dever de fornecer relatórios e penalidades. A prioridade da C-suite será impedir que os dados saiam da organização.

• As forças que combatem a lavagem de dinheiro vão redobrar a atenção sobre os sites de jogos on-line e jogos de azar — a nova ferramenta usada pelos criminosos: Os jogos de azar on-line têm crescido de forma consistente, e a tecnologia móvel tem impulsionado esse crescimento, principalmente nos mercados emergentes. Os criminosos vão usar essa modalidade como a nova ferramenta de lavagem de dinheiro, uma vez que não existem regulamentações no segmento.

• Os investimentos em seleção de funcionários vão aumentar à medida que as empresas reconhecerem que a grande ameaça muitas vezes vem de dentro: No ano de 2016, mais organizações farão uma pré-triagem dos candidatos antes da contratação, para atender às regulamentações rigorosas de combate à corrupção.

• CIOs e CROs terão de analisar os silos junto aos bancos: Em 2016, os bancos vão analisar as operações em silos e integrar dados de todos os setores, para ter um melhor gerenciamento de riscos. Os CIOs terão um papel fundamental nessa operação.

O que é necessário agora

As instituições financeiras devem demonstrar para três grupos diferentes – clientes, órgãos reguladores e acionistas – que podem vencer esses desafios. Na luta contra os crimes financeiros, os bancos precisam evitar a tentação de somente trabalhar em correções de curto prazo e tratar os sintomas para, em vez disso, implementar soluções de longo prazo que resolvam as causas principais.

A tecnologia será vital, principalmente a análise preditiva e uma abordagem baseada em riscos, para combater a lavagem de dinheiro e os imperativos do princípio “Know Your Customer” – Conheça seu Cliente. Conhecer o cliente é o primeiro passo que uma organização pode dar para impedir os crimes contra o sistema financeiro. Uma visão holística de uma entidade – clientes, parceiros, funcionários – mostra com clareza o que já é conhecido e as interações anteriores com outras entidades. Mas gerenciar a enorme quantidade de dados gerados por transações de clientes em diferentes localidades geográficas, envolvendo diferentes produtos e dispositivos, é um trabalho que exige sistemas de computação inteligentes na forma de analítica. As instituições financeiras terão de garantir que podem usar esses dados para se aprimorar, na mesma velocidade que as ameaças emergentes.

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