Os dados sensíveis começaram a circular em mídias sociais como Twitter, 4chan e Telegram no início do mês de março e consistiam em documentos com informações envolvendo inteligência dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia. Aliados estratégicos do país devem pedir novas explicações à administração Biden sobre seus envolvimentos nas ações de espionagem
O Pentágono informou na última sexta-feira (07) que está investigando um possível vazamento de dados classificados dos Estados Unidos. São informações ultrassecretas da guerra na Ucrânia, além de atividades de aliados e inimigos eventualmente ligadas ao conflito com a Rússia.
Os documentos foram expostos por fotografias e estavam em circulação nas mídias sociais desde o começo de março, sem chamar atenção, até a informação ser veiculada no jornal The New York Times na semana passada.
Especialistas oficiais do governo informaram ao jornal e à Agência Reuters que os documentos são autênticos, embora possam carregar informações eventualmente alteradas para gerar os impactos desejados pelo vazador.
Mesmo assim, a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, informou que a organização está atuando em coordenação com órgãos de segurança nacional para determinar a fonte do vazamento e os seus motivos. Além disso, o Pentágono já definiu novas medidas restritivas a respeito do fluxo de documentos ultrassecretos.
Os registros revelam informações sobre as vulnerabilidades nas reservas de armamento da Ucrânia, nas defesas antiaéreas e nas preparações das forças terrestres, além de balanços de perdas de vidas de ambos os lados. No momento, as forças armadas ucranianas organizam os detalhes de uma possível contraofensiva junto do avanço da primavera europeia.
A evidência do vazamento supostamente levou o comando ucraniano a recalcular suas estratégias, segundo informou a CNN. Entretanto, o Assessor-Chefe da Presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, afirmou via Telegram que os planos de ação do país seguem inalterados, pondo ainda em dúvida a autenticidade dos vazamentos.
As informações dão conta do nível de comprometimento do Ministério da Defesa russo para a inteligência dos EUA. Segundo os dados disponíveis, os norte-americanos possuíam acesso aos planos de alvos prioritários na Ucrânia, bem como os planos estratégicos de combate aos equipamentos da Otan e monitoramento em tempo real das atividades russas dentro do conflito. Tal descoberta, segundo o NYT, pode comprometer os fluxos de informações recebidas até então, com Moscou tendo a oportunidade de romper as fontes de informação.
Vigilância a aliados
Os documentos vazados nas redes também observam análises de materiais sensíveis a respeito de atividades de aliados dos Estados Unidos. Ali se trata das discussões das forças militares da Coreia do Sul em fornecer armamentos à Ucrânia devido à pressão feita pelos EUA, além de levantar a possibilidade da organização de inteligência israelense Mossad ter incentivado seu estafe a participar dos protestos recentes contra o governo de Benjamin Netanyahu. Ambos os países rechaçaram a veracidade das informações e devem pedir explicações à Washington a respeito dos vazamentos.
*Com informações do The New York Times, da Agência Reuters e da CNN.