Cerca de 90% das empresas brasileiras sofreram ao menos uma violação de segurança em 2016, segundo um estudo da CompTIA, associação sem fins lucrativos especializada em TI. Deste total, 58% dos ataques foram causados por negligência em quesitos de segurança e 42% por problemas técnicos. Para driblar a falha em segurança e reduzir os riscos cibernéticos, as companhias têm investido cada vez mais em Centros de Operações de Segurança (SOCs), responsáveis por automatizar e orquestrar processos, trazer mais inteligência para as equipes e monitorar centenas de dispositivos, processos e assets de segurança.
Segundo o Gartner, estima-se que 50% das operações de segurança devem ser geridas por SOCs até 2019. Esse momento coincide com o novo posicionamento da FireEye no mercado. Desde a chegada de Vasu Jakkal na companhia, em setembro de 2017, a CMO tem sido a responsável por dar uma nova roupagem à empresa, priorizando as soluções mais voltadas em inteligência, automação e orquestração.
“O que ajuda na implantação por aqui é a questão trabalhista no Brasil. É a relação de quanto custa um funcionário e ampliar esse quadro de colaboradores versus buscar uma solução de orquestração”, explica Leandro Roosevelt, country manager da FireEye. Ele ressalta que o potencial brasileiro tem sido referência na estratégia global da companhia. “Imagine que há cerca de 25 cases internacionais e mais de 20 clientes em potencial apenas no Brasil”.
O sucesso da tecnologia, na visão de Roosevelt, é que todo cliente já tem um playbook de como lidar diante de uma ameaça. O que é feito é colocar isso numa maneira gráfica, uma espécie de fluxograma, sem ter que precisar daquele monte de gente fazendo aquele trabalho mais rotineiro. “Isso é fundamental, pois reduz falhas humanas, devido àquele colega que deixa de averiguar determinado alerta porque o considera comum”, explica.
Apesar de ser uma tecnologia que fica no cliente, a FireEye está se posicionando para estar 100% na nuvem no futuro. No entanto, Roosevelt acredita que o principal business de uma companhia ainda estará in loco, pelo menos até os próximos quatros anos. “Por isso a orquestração é tão importante hoje, porque a ferramenta é abrangente e envolve operações, segurança e principalmente estar atrelada ao negócio”.
“Digamos que navegávamos em mares com muitos outros barcos e agora estamos buscando águas mais virgens. Vamos chegar nos mesmos continentes, mas por meio de outros caminhos”, explica Roosevelt. Na visão do executivo, a empresa adquiriu muitas companhias nos últimos anos e essa nova fase permitirá avançar em outros projetos no País sob uma identidade mais adequada às demandas de mercado.