O número de pessoas com acesso à internet cresce dia após dia no Brasil e no mundo. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o número de domicílios conectados passou de 63,6%, em 2016, para 70,5% em 2017.
Com o aumento gradativo de usuários, não é difícil prever que será cada vez mais comum que a rede online seja utilizada não apenas para o entretenimento, mas também para realizar compras e operações bancárias, trazendo mais conveniência e autonomia para a vida dos consumidores.
Entender este comportamento, em um cenário de evolução da multicanalidade, tem se mostrado essencial para o mercado de e-commerce e m-payment. Nos últimos anos, os canais digitais registraram um aumento de transações com movimentação financeira de 4,4 bilhões, em 2016, para 5,3 bilhões, em 2017, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Mas diante de toda vantagem que canais digitais apresentam para as nossas vidas, como todo negócio, eles também possuem riscos inerentes a suas operações. Temos acompanhado o crescimento de uma indústria de hackers, que infelizmente, tem causado prejuízos de US$ 600 bilhões para empresas (0,8% do PIB mundial), de acordo com levantamento da McAfee, em parceria com a Center for Strategic and International Studies (CSIS).
Fica evidente, portanto, a necessidade constante e monitoramento às fraudes para a perenidade e credibilidade de uma organização e para a boa experiência do cliente. Para termos uma ideia, a Diebold Nixdorf apurou que no Brasil mais de 80.600 usuários sofrem algum tipo de ataque diariamente. Em paralelo, a Allianz Risk Barometer constatou, em um estudo, que os executivos enxergam ameaças cibernéticas como principal risco aos negócios.
Isso porque as consequências não estão associadas apenas à paralisação dos negócios e perdas financeiras, mas, também, aos possíveis danos à imagem da empresa e sua reputação. E a preocupação não é para menos, pois o Relatório Global de Fraude & Risco 2017/2018, indicou que para 80% dos entrevistados, as fraudes impactaram negativamente a privacidade, segurança e satisfação dos consumidores, além do moral dos funcionários. Mas como se proteger?
Atualmente, o mercado conta com uma série de tecnologias e profissionais capacitados que blindam os ambientes digitais de empresas e consumidores. Para tanto, a combinação do trabalho de pesquisa e o uso de Inteligência Artificial é fundamental. Uma solução antifraude robusta deve, obrigatoriamente, fazer a análise e o cruzamento de informações de múltiplos canais e fontes de dados, aliado ao estudo de comportamento e criação não supervisionada de perfis de fraude, gerando assim scores de risco que visam garantir a autenticação contínua de usuários e dispositivos.
Também é essencial identificar e proteger os usuários dos mais variados mecanismos de ataques dos fraudadores, identificando e alertando comportamentos suspeitos. Adicionalmente, a tecnologia deve fornecer informações consolidadas e mensuráveis em tempo real para as equipes centralizadas de suporte e combate à fraude, contribuindo para a tomada de decisões estratégicas.
Nesse cenário, a constância no investimento em pesquisa e a evolução da IA são fundamentais para garantir a acurácia e uma menor intrusividade no combate à fraude, permitindo que o comércio conectado avance, com segurança, em todas as indústrias.
*Flávio Gaspar é gerente de Soluções da Diebold Nixdorf Brasil