Os índices de fraudes financeiras na América Latina estão assumindo proporções muito acima de qualquer outra região do mundo e causando perdas ao sistema financeiro, segundo alerta a iProov. De acordo com a McKinsey, 20% das receitas da região são atualmente perdidas devido a atividades fraudulentas, o que representa até US$ 130 bilhões ao ano em fraudes para as empresas da América Latina. À medida que crescem as transações online, aumentam as tentativas dos criminosos virtuais de burlar a segurança bancária.
Segundo estudo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) conduzido pela Deloitte, no Brasil – maior país da América Latina – em 2023 foram realizadas, 146,9 bilhões de transações online por meio de canais digitais dos bancos, ou seja, 79% do total de 186 bilhões de transações registradas no período. É um volume 19% superior ao de 2022, e demonstra porque os meios online tornaram-se alvo dos criminosos.
“Os fraudadores na América Latina estão uma geração à frente de qualquer fraudador em qualquer outro lugar do mundo. Vemos ataques na região que não são registrados em nenhuma outra localidade”, afirma Andrew Bud, CEO da iProov, ao ressaltar que “os criminosos estão inovando ao desenvolver novas maneiras de praticar fraudes online, como o uso de mídia sintética injetada digitalmente para driblar os sistemas de segurança”.
Os fraudadores utilizam agora ferramentas avançadas de IA (Inteligência Artificial) para realizar trocas de rosto convincentes em conjunto com emuladores e outras metodologias de manipulação de metadados (ferramentas tradicionais de ataque cibernético), criando vetores de ameaças novos e não mapeados amplamente.
As trocas de rosto obtidas a partir do uso de IA generativa representam um enorme desafio para os sistemas de verificação de identidade, devido à sua capacidade de manipular os principais traços da imagem ou dos vídeos, pois elas podem ser facilmente geradas por um software de manipulação de rosto e serem utilizadas por uma câmera virtual.
Com o objetivo de combater esse aumento nas transações fraudulentas, muitos bancos latino-americanos estão adotando a verificação biométrica remota como um método seguro para facilitar boas práticas de KYC (Conheça seu Cliente), para identificar pessoas desconhecidas no processo de integração de novos clientes e autenticar transações. São sistemas biométricos avançados e resilientes a esse tipo de ataque.
“No cenário de explosão das fraudes online, tornou-se fundamental proteger todo o ciclo de vida do usuário, mas sem comprometer a usabilidade. Um usuário pode se autenticar com uma única credencial – o seu rosto – para o cadastro, acesso físico e digital, recuperação de conta e vinculação de dispositivos”, conta Miguel Traquina, CIO da iProov.