Falha no Zendesk Explore permite roubo de dados de conversas

Antes de ser corrigida, a falha permitia que os invasores acessassem conversas, endereços de e-mail, tickets, comentários e outras informações de contas do Zendesk com o Explore ativado

Compartilhar:

Pesquisadores da Varonis divulgaram a descoberta de uma vulnerabilidade que permite a injeção de código no SQL, e uma falha no acesso lógico do Zendesk Explore, o serviço de geração de relatórios do Zendesk – um dos aplicativos mais usados no mundo para atendimento a clientes. A divulgação ocorreu nesta terça-feira (15) e foi corrigida no mesmo dia pela fabricante.

 

Antes de ser corrigida, a falha permitia que os invasores acessassem conversas, endereços de e-mail, tickets, comentários e outras informações de contas do Zendesk com o Explore ativado.

 

Para explorar a vulnerabilidade, um invasor precisava primeiro se registrar no serviço de emissão de tíquetes da conta do Zendesk de sua vítima como um novo usuário externo. O registro é ativado por padrão porque muitos clientes do Zendesk dependem de usuários finais que enviam tíquetes de suporte diretamente pela web.

 

Anatomia do ataque

 

A Zendesk usa várias APIs GraphQL em seus produtos, especialmente no console de administração. Como o GraphQL é um formato de API relativamente novo, os pesquisadores da Varonis iniciaram seu estudo pelas APIs – e encontraram um campo em uma das APIs que permitia o input de textos XML simples – embora a maior parte das informações (trafegando em XML) estivesse codificada com o método Base64 – utilizado para a transmissão de arquivos na Internet.

 

O documento XML encontrado sem a codificação Base64 define o relacionamento entre um banco de dados relacional gerenciado em AWS e outros documentos de consulta da base de dados. Por conta disso, a vulnerabilidade permitia um ataque via injeção SQL.

 

Falha no acesso lógico

 

A partir dessa falha, os pesquisadores da Varonis descobriram que o método dessa API de execução de consulta acaba mostrando quais dados poderiam ser descobertos no banco de dados. Além disso, a API não verificava a integridade dos documentos enviados, permitindo aos especialistas alterá-los, de maneira a expor o funcionamento interno do sistema.

 

De forma mais crítica, o endpoint da API não verificou se o chamador tinha permissão para acessar o banco de dados e executar consultas. Isso significava que um usuário final recém-criado poderia invocar essa API, alterar a consulta e roubar dados.

 

Com a descoberta e a notificação à Zendesk, a empresa rapidamente corrigiu as falhas, e nenhuma ação por parte dos clientes precisa ser tomada.

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Setor da Cibersegurança tem novos desafios em 2025, aponta análise

Com ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados e impulsionados por IA, 2025 exige das empresas uma abordagem contínua e cultural...
Security Report | Overview

Brasil registra mais de 1 milhão de tentativas de fraude pelo segundo mês em 2025, revela pesquisa

Tentativas de fraude digital no Brasil ultrapassam 1,1 milhão em fevereiro de 2025, com crescimento impulsionado por golpes sofisticados com...
Security Report | Overview

Como privilegiar os Bots que geram negócios e bloquear os agentes maliciosos?

Artigo reforça com mais da metade do tráfego da internet dominado por robôs, empresas enfrentam o desafio de distinguir entre...
Security Report | Overview

Nova campanha de phishing explora ferramenta da Microsoft

Pesquisadores identificam campanha de phishing em e-mails maliciosos direcionados a 350 empresas em nome da Microsoft 365, com a ferramenta...