Estudo revela que brasileiros sofrem uma tentativa de fraude a cada 8 segundos

Levantamento mostra que primeiro semestre de 2021 registrou recorde histórico, puxado pelas ações cometidas contra jovens de até 25 anos; Nordeste teve maior crescimento no período

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A Serasa Experian atualizou seu Indicador de Tentativas de Fraude e mostra que o primeiro semestre de 2021 teve uma movimentação possivelmente fraudulenta a cada 8 segundos. Foram 1,9 milhão de ataques ao longo dos seis primeiros meses deste ano, um aumento de 15,6% com relação ao mesmo período de 2020 e o maior volume já registrado no semestre desde o início do índice, em 2011.

 

O levantamento traz a visão inédita sobre a idade das pessoas que sofreram os ataques, identificando que esta alta foi puxada principalmente pelas ações contra pessoas de até 25 anos, cujo crescimento foi de 19,3%.

 

Segundo o Diretor de Soluções de Identidade e Prevenção a Fraudes da Serasa Experian, Jaison Reis, o aumento das tentativas de fraude ocorrido em 2021 é um reflexo da aceleração da digitalização por conta da pandemia de Covid-19. “Houve uma mudança no comportamento dos brasileiros, que passaram a adquirir bens e serviços online, graças às regras de distanciamento social impostas pela pandemia. Portanto, os oportunistas tinham mais transações para tentar acessar dados e recursos. Por isso a importância de ter plataformas robustas que identifiquem essas tentativas e impeçam a ação dos fraudadores”.

 

As ocorrências de movimentações suspeitas ocorreram principalmente no setor financeiro nestes primeiros seis meses de 2021: Bancos e Cartões tiveram 1,2 milhão de tentativas e as financeiras, 205 mil, com variação acumulada de 59,2% e -40,7%. O setor que teve maior crescimento no comparativo entre semestres deste ano e 2020 foi o varejo, com alta de 89,5% e 167 mil. Telefonia (-49,0%) e serviços (-19,5%) apresentaram queda, registrando 79 mil e 258 mil tentativas, respectivamente.

 

Nordeste é região com maior aumento nas movimentações possivelmente fraudulentas

 

Nesta atualização do Indicador de Tentativas de Fraude, a Serasa Experian traz outra informação inédita, desta vez sobre o impacto das movimentações suspeitas nas regiões do país. Apesar do Sudeste ter o maior acumulado do semestre, foi o Nordeste que registrou maior variação no período. O Sudeste teve pouco mais de 1 milhão de tentativas, seguido pelo Nordeste (347 mil), Sudeste (300 mil), Centro-oeste (176 mil) e Norte (120 mil).

 

Reis explica que este aumento no Nordeste pode ser um indicativo do maior número de empresas atuando na região. Outro fator importante é que muitos donos de empreendimentos estão utilizando sites e redes sociais para comercializar produtos, canais suscetíveis a atividades de fraudadores.

 

Especialista aponta principais tentativas e como evitar perdas com fraudes

 

Os especialistas em fraude na Serasa Experian alertam que os consumidores devem ficar atentos para evitar ter seus dados expostos e até ter perdas financeiras por conta destas ações suspeitas. Para isso, é importante que façam transações digitais com empresas de confiança e não cliquem em links desconhecidos.

 

Entre as principais tentativas de golpes apontadas pelo indicador, estão:

 

• Compra de celulares com documentos falsos ou roubados;

 

•  Emissão de cartões de crédito: o golpista solicita um cartão de crédito usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima e o prejuízo para o emissor do cartão;

 

• Financiamento de eletrônicos (Varejo) – o golpista compra um bem eletrônico (TV, aparelho de som, celular etc.) usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima;

 

•  Abertura de conta: golpista abre conta em um banco usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima. Neste caso, toda a “cadeia” de produtos oferecidos (cartões, cheques, empréstimos pré-aprovados) potencializa possível prejuízo às vítimas, aos bancos e ao comércio;

 

•  Compra de automóveis: golpista compra o automóvel usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima;

 

•  Abertura de empresas: dados roubados também podem ser usados na abertura de empresas, que serviriam de ‘fachada’ para a aplicação de golpes no mercado.

 

 

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