Estudo detecta quase 20 mil violações de Segurança mirando o Agronegócio

Ataques e violações de segurança ao ambiente digital do setor podem paralisar operações, afetar a produção e gerar prejuízos milionários

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O setor do agronegócio sofreu com 19.265 violações de segurança no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da ISH Tecnologia. De acordo com o estudo, entre estes incidentes, 98% foram considerados violações reais, e 16,85% de alta severidade.

 

A pesquisa revelou que o mês com maior número de violações foi abril, com 3.124. Além disso, as regiões mais afetadas foram Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O material destacou também que muitos produtores rurais ainda não têm uma cultura de cibersegurança consolidada. Senhas fracas, ausência de backups, softwares desatualizados e redes sem proteção são comuns em propriedades rurais, o que torna o setor um alvo fácil para hackers, que exploram muitas vezes brechas simples para obter acesso a informações sensíveis ou comprometer sistemas operacionais
“Com o uso cada vez maior de tecnologias conectadas, o agronegócio passou a depender de sistemas digitais para monitorar safras, controlar irrigação, prever condições climáticas e até negociar commodities. Essa conectividade, embora benéfica, expõe produtores a ataques cibernéticos como ransomware, invasões de sistemas e roubo de dados. Um ataque bem-sucedido pode paralisar operações inteiras, afetar a produção e gerar prejuízos milionários”, explica Renan Pedroso, Gerente de Ciberdefesa da ISH.

 

Pedroso explica também que dados mais estratégicos, como previsão de safra, preços futuros e a logística das operações podem ser roubados ou manipulados por criminosos, gerando instabilidade no mercado e até mesmo prejuízos à competitividade nacional.

 

 Setor visado 

Outros dados revelam que o agronegócio foi o 8° setor mais visado por criminosos em 2024, acima de outros mais “tradicionais” como educação e logística, o que consolida sua posição como um dos “novos preferidos” dos criminosos, especialmente levando em consideração a baixa maturidade de muitas empresas.

 

Por fim, Pedroso fala sobre a urgência da necessidade de investimentos em cibersegurança no campo. “As medidas incluem capacitação dos colaboradores, uso de antivírus e firewalls, atualização constante dos sistemas, autenticação em dois fatores e consultoria especializada. A segurança digital deve ser vista como parte da infraestrutura agrícola, tão essencial quanto tratores ou sementes. O investimento não tem como objetivo principal a obtenção de novos lucros, mas sim evitar perdas, muitas vezes irreparáveis.”

 

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