Cultura de Privacidade não pode ser baseada em um projeto pontual

Patrícia Peck, CEO e Founder Partner da Peck Advogados, destaca o quanto ainda falta para o poder público e a iniciativa privada avançarem no tema. Ela pontua também sobre cenário de proteção de dados no Brasil em 2023 e os rumos da atuação da ANPD na fiscalização e multas por vazamento de dados

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Na visão da CEO e Founder Partner da Peck Advogados, Patrícia Peck, a melhor forma de desenvolver uma cultura realmente consistente de privacidade de dados no Brasil é através de um trabalho frequente das companhias. Segundo a especialista em proteção de dados e direito digital, é preciso que as organizações preparem seus funcionários recorrendo a métodos e aplicações confiáveis para armazenar informações de cunho crítico.

 

A cultura de privacidade de dados é um programa contínuo, não um projeto pontual. É necessário que o tema seja trabalhado constantemente, buscando capacitar e conscientizar todo o corpo profissional da empresa. Afinal, a transformação tecnológica acelerada sujeitou as próprias práticas e hábitos dos usuários à mudança contínua”, comentou em entrevista à diretora editorial da Security Report, Graça Sermoud, durante o Security Leaders Nacional.

 

Patrícia também falou de sua atividade no Conselho Nacional de Proteção de Dados, e em como isso a auxiliou a compreender melhor as necessidades deixadas no mercado após a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados. “A LGPD foi aprovada, mas sem um esquema de implementação e divulgação que levasse as informações da Lei para médias e pequenas empresas, ou mesmo para o usuário final. Esse desconhecimento leva a más interpretações do código legal e uma judicialização precoce da LGPD”, informou.

 

Além disso, existe a necessidade de fazer valer a força da Autoridade Nacional de Proteção de Dados no momento de identificar os vazamentos, estancá-los e punir os causadores da falha. “A LGPD precisa ser tracionada através de uma fiscalização efetiva do meio digital. Apesar do monitoramento ser bastante forte dentro da ANPD, ainda se é muito insuficiente no momento da sanção, do enforcement do fiscalizado. Já que há demora nos processos de sanção, multa ou outras formas de punição, os responsáveis tendem a não dar a atenção devida a essa problemática”, reforça a CEO.

 

A entrevista com Patrícia Peck durante o Security Leaders Nacional está disponível na íntegra no canal da TVSecurity no Youtube.

 

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