Crimes cibernéticos possuem um padrão, segundo Erik Siqueira, da PF

Durante o Security Leaders, o agente da Polícia Federal afirma que o cibercrime não possui violência, é invisível e só em 2019 movimentou aproximadamente R$ 4 bilhões em fraudes bancárias eletrônicas

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A 11ª edição do Congresso Security Leaders, que acontece essa semana 100% online, abrigou inúmeros palestrantes, um deles é Erik Siqueira, agente e parte da inteligência da Polícia Federal. Sob o nome de “Crimes Cibernéticos: Fraudes bancárias eletrônicas e o financiamento de organizações criminosas”, Siqueira abordou diversos casos de crimes virtuais cometidos, bem como as possibilidades de mudança.

 

O que o cibercrime tem em comum, no entanto, são duas características: não possuir violência e serem invisíveis. “São duas características importantes que acompanhamos de perto nesse tipo de crime e que muitas vezes não demonstram o real impacto e dano para a sociedade e segurança pública”, afirma.

 

Segundo Siqueira, o país tem sido vítima desse perfil de ataque, em especial o ransomware. Só em 2019, foram aproximadamente R$ 4 bilhões perdidos em fraudes bancárias eletrônicas. “Pra onde vai esse dinheiro? Para financiar crime organizado. Organizações como o PCC mexeram muito com esse tipo de fraude para autofinanciamento”, prontamente responde Siqueira.

 

Um dos defeitos das organizações governamentais é a letargia na resposta a esses crimes. “Muitas vezes não existe a ação rápida, a investigação é feita, mas não no tempo desejado. Por conta de situações inerentes do nosso arcabouço legal”, explica o agente da Polícia Federal.

 

Além disso, não são só pessoas físicas e jurídicas que se envolvem nesse tipo de crime. Segundo ele, em 2018 houve o registro de uma candidata a deputada estadual que teve seu nome envolvido. “Identificamos uma candidata a deputada estadual que ela financiou o ano todo a campanha através do cibercrime em 2018. Outro tipo de conduta é a lavagem de dinheiro”, expõe Siqueira.

 

Para o próximo ano, fala-se da melhoria das ferramentas e do o arcabouço legal de combate ao crime cibernético, bem como o estabelecimento de parcerias: “Temos que tomar uma decisão como sociedade de como combatermos esse crime da melhor forma. Um dos caminhos pode ser o estabelecimento de parcerias. Não somente da segurança pública de forma isolada”, completa.

 

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