O mundo está mudando cada vez mais rápido, o que exige muita agilidade, atualização e competência. Para lidar com a escassez de talentos em tecnologia, em especial na área de segurança da informação, algumas empresas do setor investem no financiamento de ações que visam aprimorar o conhecimento dos profissionais da área, complementando as habilidades adquiridas nas Universidades.
De acordo com levantamento realizado pela Arcon, empresa especializada em cibersegurança, apesar dos conhecimentos e capacitação técnica necessária para assumir as posições, que exigem altos níveis de especialização, algumas competências não estão ligadas à tecnologia em si e se tornam um entrave no processo seletivo.
O processo seletivo, que consta de temas específicos de tecnologia de segurança, também requer bons níveis de conhecimento em português, raciocínio lógico e inglês. Além disso, o levantamento da companhia, ainda traz um alerta: Dentre outras provas aplicadas durante o processo realizado neste ano, se considerarmos somente as de português e raciocínio lógico em um universo de 18 candidatos, apenas dois candidatos foram aprovados nas últimas etapas do processo seletivo. Os demais obtiveram em uma escala de zero a dez, um grau inferior a quatro.
A verdade é que o perfil do profissional de segurança vem mudando ao longo do tempo, exigindo pessoas com visão mais globalizada dos negócios e das tecnologias. No entanto, habilidades de leitura, interpretação de texto, escrita e raciocínio lógico, também são base e têm se mantido com um peso maior.
Com o intuito de auxiliar os profissionais do mercado de segurança, listei sete dicas:
1 – Seja ético
Premissa de qualquer profissão, a ética deve estar ainda mais presente entre aqueles que querem seguir a carreira em segurança da informação, isso também vale para aqueles que já atuam na área. Muitas vezes os profissionais que trabalham no segmento acabam firmando um compromisso com a proteção das informações relevantes para os negócios, que geralmente são restritas e sensíveis.
2 – Demonstre proatividade para atuar na causa raiz de um problema
Para ser considerado um bom profissional na área, não basta apenas encontrar falhas. Tratar o problema e demonstrar proatividade para resolvê-lo é imprescindível, já que encontrar a falha não significa que a questão esteja resolvida. Além disso, é importante tentar agir no menor tempo possível.
3- Esteja aberto a troca de conhecimento
Entre as habilidades comportamentais que favorecem os profissionais da área, a facilidade de trabalhar em equipe é uma das mais valorizadas. O mercado de tecnologia como um todo é muito dinâmico e com a segurança da informação não é diferente. A troca de conhecimento enriquece muito o trabalho prático destes profissionais que lidam diariamente com a sofisticação das táticas e tecnologias utilizadas pelos cibercriminosos.
4- Mantenha-se antenado às normas e procedimentos de determinadas áreas
Muitas vezes, dependendo do mercado no qual o profissional de segurança vai atuar, a empresa precisa atender a determinados padrões de segurança orientados por normas e/ou regulamentações. Se o profissional se mantém antenado sobre as melhores práticas de segurança que regulam o segmento Financeiro, Telecomunicações, etc – já está um passo à frente da concorrência.
5- Aprenda a ter uma visão global dos negócios
Se o profissional demonstra preparo para discutir um planejamento de Segurança da Informação com viés de negócios, além do “tecniquês”, com certeza também estará à frente dos seus concorrentes.
6- Seja um eterno insatisfeito
Buscar continuamente a atualização e o conhecimento são elementos essenciais para aqueles que vão ingressar na profissão. As Universidades ajudam a organizar o tema, mas isso não é o suficiente. O conhecimento mais profundo e produtivo, é adquirido na prática e na busca constante pela atualização das informações.
7- Desenvolva o seu relacionamento interpessoal
O profissional que demonstra preparo ou interesse em se relacionar com o negócio e com toda a comunidade da empresa também já está um passo a frente e pode vir a se tornar um líder na área. Para encantar em uma entrevista ou no decorrer da carreira, não basta se fechar nas competências técnicas.
De acordo com o Global Information Security Workforce Study (GISWS) 2017, que na sua 8ª edição, entrevistou quase vinte mil profissionais de segurança e alcançou 170 países, o fato relevante revela um gap de profissionais na área na ordem de 1,8 milhão até 2022. Além disso, o déficit mundial de profissionais de segurança qualificados gera impactos na capacidade das empresas de monitorar e garantir a segurança das redes. Em contrapartida, as vulnerabilidades e ameaças são crescentes e indicam que precisamos de empresas públicas e privadas, profissionais do setor e comunidades acadêmicas se organizando em prol de potencializar o desenvolvimento de conhecimento e habilidades para suprir a demanda de proteção tão necessária aos negócios e sociedade.
* Cristiano Pimenta é diretor de Serviços da Arcon