CISO pode liderar projetos de AI nos negócios

O avanço da Inteligência Artificial sugere aos profissionais de SI um posicionamento de orientação das melhores abordagens de uso. Segundo líderes de Cibersegurança que participaram do Fortinet Cibersecurity Summit, essa transformação será necessária para que a tecnologia não se torne uma vilã para a área de Cyber

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A Inteligência Artificial e seus impactos no mercado de Cibersegurança é um dos principais temas neste ano. A comunidade de profissionais de SI percebeu essa demanda diante do uso das linguagens de AI pelos cibercriminosos. Somada aos problemas de privacidade, essa inovação tem sido vista como uma vilã na comunidade de CISOs. Uma das formas de mudar esse jogo é o CISO assumir o papel de liderança e preparar os gestores do core business a abraçarem a AI da forma mais segura possível.

“Neste momento, o próprio board tem pedido ajuda na inclusão de AI por todo o negócio. Por isso, nosso trabalho tem focado bastante em conscientização e construção de cultura sobre os melhores usos. Tanto o business quanto a SI estão começando os experimentos com AI e nosso objetivo é que seja explorada de forma mais consciente”, comentou Juliana Pivari, CISO na Cimed, durante o Fortinet Cibersecurity Summit.

Já o CISO da Gol Linhas Aéreas, Lucas Correia, disse sentir mais dificuldades em avançar no uso da Inteligência Artificial. Na visão dele, apesar de todas as altas gestões empresariais motivarem a busca por inovações, negócios como o da aviação ainda são bastante tradicionais e reticentes nessa aplicação. “Hoje, nossa prioridade é lidar com temas mais preocupantes, como vazamentos de dados, falta de conscientização e impacto das ações do cibercrime”, alertou ele.

No entanto, ambos os profissionais concordaram que essas novas soluções trarão drásticas mudanças para o próprio papel do Líder de Segurança. Isso porque ele precisará se aproximar do negócio ainda mais visando apoiar projetos e soluções movidos pela Inteligência de Máquina. Assim, a Segurança da Informação deverá se esconder cada vez menos e participar das decisões de mercado, na função de habilitadora da melhor versão das inovações.



“Neste momento, o grande desafio é alinhar a Inteligência Artificial ao negócio. Se há alguns anos os conhecimentos sobre rede e infraestrutura digital foram disseminados aos poucos, o relacionamento com as inovações precisa ser igualmente gradual, tornando a Cybersecurity especialista nesses temas a fim de apoiar o negócio. Se não for assim, as organizações acabarão expostas aos maus usos dessas tecnologias”, completou Jaime Chanagá, CISO LATAM & Caribbean da Fortinet.

Regulação

Com vistas a transformar essa oportunidade em algo positivo aos negócios, os governos nacionais de diversas partes da América Latina e do mundo produzem marcos legais e regulações do uso correto da AI. Segundo Chanagá, esses posicionamentos evidenciam a disposição dos países em garantir uma evolução tecnológica benéfica à sociedade.

Mas na visão dos CISOs, o setor não pode esperar até a aprovação das leis de uso da AI para começar a preparar os próprios negócios. Os líderes que participaram do painel afirmaram que a Segurança tem a obrigação de entender os pontos positivos e negativos, além de orientar a companhia e seu corpo profissional para conformidade com as melhores práticas antes que se torne se obrigatório.

“Não temos como nos esquivarmos desse envolvimento. É melhor estabelecermos esse posicionamento antes de perder o controle sobre esses usos dentro de casa. As regulações serão formadas pela sociedade civil representada pelo parlamento de cada país, e nosso envolvimento ativo pode fazer os projetos de lei sobre AI mais concretos e eficientes”, finalizou Correia, da Gol.


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