* Por Daniel Eis
A cibersegurança tornou-se uma preocupação crescente para diversos setores, incluindo a contabilidade. Em 2023, o Brasil foi o segundo país mais atacado por crimes cibernéticos no mundo, com 60 bilhões de tentativas de invasões digitais, segundo a Fortinet.
A implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe uma abordagem rigorosa para a preservação dos dados pessoais, tornando a cibersegurança uma questão de conformidade regulatória essencial e aumentando a necessidade de investimentos robustos em segurança digital. Dessa forma, investir em cibersegurança é fundamental para evitar perdas financeiras e garantir que os sistemas e aplicativos utilizados para gerenciar informações contábeis estejam seguros.
A importância da cibersegurança na contabilidade é inegável. Os escritórios contábeis lidam com informações financeiras altamente sensíveis e dados pessoais de clientes, tornando-os alvos atraentes para cibercriminosos. A proteção dessas informações não apenas previne fraudes e ataques, mas também assegura a continuidade dos negócios e fortalece a confiança dos clientes.
Os tipos de ameaças cibernéticas enfrentadas pelos escritórios de contabilidade são variados e complexos. Phishing, por exemplo, é uma técnica comum em que e-mails ou mensagens fraudulentas são usadas para enganar funcionários e obter acesso a informações sensíveis. Ransomware é outro grande risco, bloqueando o acesso aos dados da empresa até que um resgate seja pago. Além disso, o malware pode infectar sistemas, roubar dados ou causar danos. A conscientização e a implementação de medidas preventivas são essenciais para mitigar esses riscos.
Os dados mais sensíveis que os contadores precisam proteger incluem informações financeiras, como registros de impostos, balanços e transações bancárias, além de dados pessoais de clientes e funcionários, como nomes, endereços e informações de identificação (CPF e RG). O número das contas bancárias, salários, benefícios e documentos fiscais e contábeis também estão sob constante ameaça.
Para garantir a segurança, algumas das melhores práticas incluem a criptografia de dados, tanto em trânsito quanto em repouso, e a implementação de autenticação multifator (MFA) para adicionar uma camada extra de segurança. Realizar backups regulares e armazená-los em locais seguros, preferencialmente off-site, também é recomendado.
Outra prática essencial é manter todos os softwares e sistemas atualizados com os últimos patches de segurança. Além disso, passos importantes para proteger dados sensíveis incluem treinar os funcionários sobre condutas recomendadas, estabelecer políticas de controle de acesso rigorosas, utilizar ferramentas de monitoramento contínuo e realizar auditorias de segurança regulares.
Essa implementação de políticas de proteção cibernética oferece diversos benefícios, como a prevenção de perdas financeiras, conformidade com regulamentações e inclusive a preservação da reputação da empresa. No entanto, esses esforços também apresentam desafios, como o custo elevado, a complexidade das ações, a resistência interna dos funcionários e a necessidade de manutenção contínua. Educar e treinar frequentemente os colaboradores, é fundamental para criar uma cultura de segurança e garantir que todos estejam preparados para lidar com possíveis ameaças.
Por fim, ao investir de forma recorrente e estratégica em cibersegurança, as empresas de contabilidade não apenas protegem a integridade de suas operações, mas também constroem um alicerce sólido de confiança e credibilidade no mercado. A resiliência diante de ameaças cibernéticas permite que esses escritórios se concentrem no que fazem de melhor: fornecer serviços financeiros de alta qualidade, seguros e eficientes. Portanto, a cibersegurança deve ser vista não como um custo, mas como um investimento indispensável para o crescimento sustentável e a inovação contínua no setor contábil.
* Daniel Eis é Diretor de Receita na Contmatic