Entenda como os hackers do bem invadem sistemas para ajudar na segurança

Profissionais exploram brechas ativas e evitam ciberataques que podem comprometer operação de bancos e fintechs

Compartilhar:

A contratação de hackers para explorar falhas de segurança se tornou uma necessidade para o setor financeiro. Com o aumento na quantidade de informações sendo compartilhadas digitalmente, cresceram também as oportunidades de ataques cibernéticos. Evitar que dados sensíveis sejam expostos é um desafio especial para as instituições financeiras, já que, de acordo com um levantamento realizado pela Apura, no ano passado as tentativas de roubo de dados bancários aumentaram 141% em comparação ao ano anterior.

 

“Esses hackers éticos são profissionais extremamente capacitados e com certificações que garantem que possuem o conhecimento técnico necessário para desenvolverem testes e contribuírem para a correção de falhas, blindando sistemas e dificultando que as fragilidades sejam exploradas por alguém mal intencionado”, conta o gerente de Segurança da Informação da RTM, Renan Barcelos.

 

Os testes de intrusão, também conhecidos como pentests, em que aplicações e programas de instituições são colocados à prova, estão comumente no escopo de trabalho dos hackers éticos. Nessas situações, eles buscam invadir o alvo sem deixar vestígios e recolhem informações que possam contribuir para a implementação de novas camadas de segurança.

 

“Existem três principais testes de intrusão, e a definição de qual é o mais adequado varia de acordo com a maturidade da solução que será avaliada. Em todo caso, é importante que a instituição tenha completa confiança na empresa contratada, pois além de buscar as brechas, os profissionais deverão apontar caminhos para que elas sejam corrigidas”, pontua Renan.

 

O teste de intrusão White Box é o mais simples, pois nessa situação, a equipe que está em busca de falhas tem acesso a informações necessárias para acessar os sistemas. Por isso, geralmente é realizado ainda em fases de desenvolvimento. Já no Gray Box o hacker terá acesso parcial aos dados necessários para o ataque. Dessa forma, é possível testar de forma mais efetiva a segurança das aplicações, porém a troca de dados entre atacante e empresa contratante não está descartada. Por último, o Dark Box é o teste mais rigoroso, já que os hackers não têm informações que facilitem a entrada nos alvos e devem agir de forma ainda mais cautelosa e planejada para verificarem as camadas de proteção, assim como ocorreria em um ataque real.

 

“Os hackers éticos são profissionais indispensáveis dentro das estratégias de segurança digital. A atuação deles impede não apenas perdas financeiras consideráveis, como também evitam prejuízos à reputação e à imagem das empresas. Porém, é importante ter em mente que os testes de intrusão oferecem um raio-X dos pontos mais sensíveis da segurança e, a partir desse ponto, é necessária a realização da gestão de vulnerabilidade para que a proteção esteja completa”, acrescenta o gerente.

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Ciberameaças e IA lideram preocupações dos líderes de TI para 2026, aponta pesquisa

Pesquisa mostra que maioria dos entrevistados apoia a proibição do pagamento de resgates por ransomware, mas ciberataques e automação baseada...
Security Report | Overview

Campanha da Anatel alerta sobre golpes digitais com as compras de fim de ano

Última campanha do ano do Movimento #FiqueEsperto orienta consumidores a adotar práticas seguras nas compras online
Security Report | Overview

 Gartner revela que 90% dos conselheiros não confiam no valor da Cibersegurança

Estudo reforça que ceticismo dos membros dos boards em relação ao valor da segurança cibernética é um catalisador para a...
Security Report | Overview

Pesquisa: Brasil registra alta de 14% nos ciberataques em comparativo anual

Relatório  apontou uma média global de 2.003 ciberataques semanais por organização em novembro, enquanto o Brasil disparou para 3.348; outro...