Apostar em diversidade é uma resposta para o gap de talentos em Cyber?

A AWS organizou, durante os painéis do re:Inforce 2024, um painel de debates com nove líderes mulheres de Cibersegurança ativas na corporação para discutirem a necessidade por mais profissionais de SI. Segundo as debatedoras, embora atrair indivíduos diversos não seja uma bala de prata, a ação é essencial para quebrar velhos tabus e, a longo prazo, tornar a Segurança um local mais amplo e diverso para todos

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Durante a programação do AWS re:Inforce 2024, ocorrido na Filadélfia, a Big Tech organizou uma mesa de debates fechada para jornalistas e analistas com nove líderes de Segurança mulheres para debaterem a ampliação da diversidade dos times de Cyber como forma de reduzir o Gap de mão-de-obra que atinge o setor globalmente.

 

A mesa foi formada por especialistas e gerentes de diversos setores da empresa, como análise de riscos, controles de identidade, governança de Nuvem, autenticação de produto, Threat Intelligence, Segurança ofensiva, entre outros setores. Cada uma das profissionais apresentou amplo currículo de atuação na Segurança Cibernética dentro e fora da AWS, expondo sempre o grau de novidade que a presença delas representa ao rol de profissionais na área.

 

A proposta era falar como a prática de incluir profissionais fora do perfil padronizado entre os candidatos de TI no geral pode oferecer um novo fôlego em termos de capital humano necessário. Essa demanda se mostra necessária especialmente pelas pesquisas da indústria: Segundo o Instituto SANS, apenas nos Estados Unidos, há um gap de 570 mil vagas abertas em Cibersegurança. Na América Latina, essa taxa alcança os 600 mil.

 

“Essa realidade é percebida desde o início das atividades humanas. Quando faço trabalhos voluntários de educação em Cyber em escolas para crianças vulneráveis, a esmagadora maioria dos alunos são meninos. O corpo docente dessas instituições é unânime em dizer que falta um trabalho de base para mostrar às garotas que Segurança também é área de interesse para elas”, comenta Danielle Ruderman, Sênior Manager de Segurança da AWS Global.

 

Ao mesmo tempo, o Instituto SANS também ressalta que apenas 22% da atual força de trabalho se identifica como mulheres, negros, indígenas e/ou pessoas de cor. Segundo as especialistas, isso demonstra um visível potencial não aproveitado entre essas camadas sociais. Ainda que os agregar não cubra o enorme gap existente no mercado, promover essas campanhas poderia tornar a Cibersegurança aberta o suficiente para que qualquer pessoa possa se sentir apta a ingressar nessa área.

 

Na visão de Melissa Bishop, CISO da Amazon Corporate Services, tanto as novas tecnologias, quanto as ameaças que surgem no mercado cibernético estão se movimentando com impressionante celeridade, de sorte que a Cibersegurança tende a enfrentar cada vez mais desafios no longo prazo. Dessa forma, saber como orientar as companhias a se portar diante dessa jornada é um trabalho para um número crescente de mentes especializadas.

 

“Independentemente do background do profissional, aprendizado constante e disposição pela curiosidade é fundamental para tanto começar nesse setor e avançar continuamente nele. Dada a minha experiência, não há dúvidas que essas características estão presentes especialmente em times diversos, tornando-os capazes de se readaptar a qualquer nova experiência que a vida corporativa possa oferecer”, acrescentou Bishop.

 

Ao final do painel, as líderes foram instadas a apontar conselhos e dicas para que aqueles interessados no tema possam mergulhar com cada vez mais disposição no setor e contribuir com um contexto cibernético mais seguro. A unanimidade das líderes citou, além da disposição em aprender cada vez mais, a coragem de enfrentar um ambiente bastante fechado. Galgar degraus aos poucos, se apoiando em exemplos de outras líderes e enfrentando um desafio por vez pode dar a sustentação necessária para uma carreira, de fato, robusta.

 

“Segurança oferece uma infindável lista de opções de carreira, e a cada dia tem se tornado crucial em todos os cantos da indústria e da economia. É também um setor cujos rendimentos são extremamente positivos, capazes de mudar as condições de uma geração inteira de indivíduos. Oportunidades como essa precisam estar ao alcance das pessoas que mais estão dispostas a aproveitá-las, aproximando novos talentos e revigorando o setor constantemente”, encerrou Caitlyn Shim, General Manager de Cloud Governance da AWS.

 

*Matheus Bracco viajou para Filadélfia a convite da AWS

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