Day after da nova McAfee

Enquanto o comitê de transição finaliza o processo de mudança, a empresa começa a trabalhar em um portfólio com dez novos produtos. Destaque para o lançamento do DXL, um framework de código aberto que acena com a gestão de todo o ambiente de segurança, incluindo produtos não McAfee

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Após o anúncio da nova marca, a McAfee se debruça sobre duas tarefas: finalizar a transição até junho de 2017 e apresentar ao mercado as novidades a reboque da mudança. São dez novos produtos que incluem recursos de machine learning, cloud security service e CASB, mas o destaque vai para o lançamento de uma arquitetura aberta batizada de Data Exchange Layer, ou simplesmente DXL, um framework de gestão do ambiente de segurança, que propõe integrar todos os sistemas de proteção instalados.

 

As novidades, amplamente divulgadas pela Intel Security, agora McAffe, durante a Conferência Focus 2016, realizada esta semana em Las Vegas, aponta para um árduo trabalho ao fim do Congresso. Junho de 2017 é a data limite para o comitê de transição global formado pela companhia finalizar o processo de transição, que envolve aproximadamente sete mil e 500 funcionários no mundo.

 

“Estamos falando de uma nova empresa de capital fechado, com o compromisso de ser o mais transparente possível para com clientes e parceiros”, sentencia Marcio Kanamaru, diretor geral no Brasil. A Intel, além de controlar 49% da companhia, tem um papel importante no processo de consolidação. Por enquanto, a nova marca mantém a referência ao nome, discreto e em segundo plano: McAfee by Intel. Entretanto, no futuro, é provável que desapareça da logomarca da empresa.

 

O impacto no dia a dia da companhia parece não alterar a rotina de trabalho, já que a transformação estava em curso desde que o grupo TPG adquiriu 51% da McAfee em setembro deste ano, acredita Marcio Kanamaru. Da mesma forma, clientes presentes ao Focus 2016, informalmente, responderam positivamente ao novo momento. Ao mesmo tempo, para os analistas, a notícia não causou surpresas já que a dinâmica do negócio de cybersecurity é bem diferente da realidade e do DNA da Intel.

 

Na avaliação do diretor, durante o período de Intel Security, houve um aprendizado importante para a McAfee. Hoje, Marcio dirige um time de aproximadamente 70 pessoas no Brasil e registrou um crescimento de 49% das vendas no último trimestre. Ele acredita que houve uma injeção de competências, a partir do convívio com o modelo de negócios Intel. A genética da fabricante de chips, muito criativa e inovadora, serviu de inspiração para a McAfee, na sua opinião.

 

Binômio: Endpoint & Cloud

Um dos pilares nos quais a nova McAfee está se sustentando responde por Cloud Security. Apesar do conceito de computação em nuvem ter evoluído bastante nos últimos anos, adotar o modelo de cloud em segurança é um passo a mais. Ainda existe a cultura de que a privacidade dos dados pode estar ameaçada. Por outro lado, a “segurança as a service” pode ser a garantia de mais recursos e uma gestão eficiente.

 

Neste sentido, vale ressaltar outro anúncio importante durante o Focus 2016, a parceria global com a Atos, uma das maiores empresas de serviços gerenciados do mundo. Para que a McAfee se posicione como um player de cloud security era necessário fechar uma aliança desse porte. Durante a conferência, a Atos destacou o propósito de colocar a sua infraestrutura global a serviço do combate ao cibercrime.

 

A proteçāo de endpoints e várias outras soluções que incluem o ciclo de defesa também foram fortemente referenciadas durante o evento, na maioria das vezes associadas a ameaças relacionadas a IoT. A superfície de ataque aumentou, reforçou Marcio Kanamaru. No passado, contávamos nos dedos os endpoints presentes em uma companhia, hoje não só eles avançam nas organizações como também fazem parte do dia a dia das pessoas. “Isso obriga as empresas a manter um portfólio completo de todo o ciclo de proteção dos dispositivos”.

 

A união faz a força

Para ele, faz todo sentido a McAfee ampliar cada vez mais a linha de Endpoints, por ser uma das plataformas mais importantes e diferenciadas da empresa. Entretanto, para uma nova McAfee, existe uma nova abordagem. A companhia acredita ser esse um ponto importante de inflexão e que pode mudar a maneira como o mercado enxerga a marca e o seu papel como habilitadora de segurança. A solução responde pelo nome de Data Exchange Layer (DXL).

 

Trata-se de uma arquitetura de integração, com uma camada de gestão e orquestração, baseada em padrões abertos, que acena para os líderes de segurança com a possibilidade de uma gestão automatizada de todo o ambiente. A grande aposta da McAfee é que o DXL seja um aliado dos executivos e os liberem de tarefas operacionais e os elevem à categoria de gestores de negócios mais seguros.

 

Hoje os clientes possuem de 20 a 60 produtos de segurança que atuam em verdadeiros silos. “Apesar do nosso amplo portfólio não temos solução para tudo. Com o DXL cumprimos uma de nossas promessas mais importantes, garantir inteligência na gestão do ambiente de segurança”. Para o diretor, avançar com um roadmap robusto não teria tanto valor e relevância se a empresa não tivesse uma plataforma em código aberto, passível de integração com qualquer ambiente.


*Graça Sermoud viajou para Las Vegas a convite da Intel Security

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