77% dos usuários já tiveram fricção com autenticações por senhas, alerta estudo

Estudo da Unico com o Instituto Locomotiva também informa que 45% desses entrevistados chegaram a enfrentar perdas financeiras. Tais problemas e a insuficiência na proteção de acessos das empresas tem ampliado as discussões sobre a redução desse método de permissão em favor da biometria facial

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Seu nome, local e data de nascimento. Esses três dados são a “porta de entrada” para o golpista. A falta de conhecimento sobre os riscos gerados a partir dessas informações tão expostas explica o aumento da engenharia social – técnica de manipulação usada para obter informações privadas e acessos de segurança. A partir dela, criminosos desvendam senhas e acessam redes digitais, dispositivos e contas rapidamente. Outro risco está no uso de senhas como método de proteção de dados, algo criado na década 1960 e ainda muito comum até hoje.

 

No Brasil, o uso de senhas já gerou problemas de acesso para 9 em cada 10 brasileiros. Segundo pesquisa da Unico, empresa brasileira de identidade digital, e do Instituto Locomotiva, 77% das pessoas já perderam tempo com essa forma de autenticação, enquanto quase metade (45%) teve prejuízos financeiros. A recuperação ou alteração de senhas esquecidas se tornou algo corriqueiro no dia a dia da população, já que 85% afirmam terem recorrido a esses procedimentos.

 

“Segundo a Microsoft, existem em torno de 579 ataques via senhas a cada segundo, ou seja, 18 bilhões por ano. Dada essa vulnerabilidade, os três principais bancos norte-americanos, JP Morgan Chase, Bank of America e Wells Fargo, gastam US$ 70 em seus call centers para cada redefinição de senha. Um prejuízo de US$ 100 milhões por ano”, explica Frank Abagnale, especialista em crimes de roubo e fraude de identidade, consultor do FBI e bancos dos Estados Unidos.

 

Ele esteve em maio, em São Paulo, para palestrar no evento Unico Launch 2024 sobre o cenário de cibersegurança e proteção de dados no mundo atual. Abagnale ficou conhecido mundialmente após sua história de vida inspirar o filme “Prenda-me se for capaz”, estrelado por Leonardo DiCaprio.

 

“Eu não gosto de senhas, é algo antigo, que todo mundo esquece, mas usamos até hoje. Sabemos que muitos crimes acontecem por senhas comprometidas. Para se ter uma ideia, elas são responsáveis ​​por 81% das violações relacionadas a hackers”. Com essa frase, Abagnale explica que esse cenário se deve à quantidade de dados sensíveis circulando nas redes com a aprovação dos próprios usuários, que desconhecem os impactos negativos que o mau uso dessas informações pode causar.

 

Para ele, uma alternativa segura é a verificação da identidade por tecnologias de biometria facial, uma solução que a Unico já oferece às grandes empresas no Brasil. Hoje, 9 em cada 10 brasileiros da população economicamente ativa no Brasil já tiveram a sua identidade autenticada pela tecnologia fornecida pela empresa.

 

Em um ano, a Unico estima ter evitado R$ 70 bilhões em fraudes e, desde 2021, já realizou mais de 1,2 bilhão de autenticações via biometria facial. Seja para realizar um pagamento, fazer compras em uma loja ou pelo e-commerce, ou para acessar aplicativos, a biometria facial está cada vez mais presente na rotina dos brasileiros e tem ganhado importância entre empresas e bancos como uma das principais ferramentas frente aos fraudadores.

 

De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, 7 em cada 10 bancos brasileiros (70%) já adotaram a biometria facial em seus processos de identificação, mas a tecnologia ainda tem um grande potencial de expansão para outros setores como varejo, telecomunicações, turismo e aviação.

 

“O Brasil tem um potencial enorme para construir um sistema de identidade digital seguro e inclusivo e, com isso, gerar benefícios significativos para os cidadãos. Mas é preciso mudar a concepção de identidade digital, que continua focada em unificar e digitalizar documentos. O foco deveria ser a autenticação da identidade – não apenas determinar a probabilidade de haver ou não uma fraude na transação”, explica Guilherme Ribenboim, CRO da Unico. “Por isso, a biometria facial tem avançado no Brasil como uma das formas mais seguras para verificar a identidade; e, cada vez, mais as senhas e outras formas de acesso têm ficado para trás”, conclui.

 

Para incentivar o avanço de um ecossistema completo e confiável de identidade digital no Brasil, a proposta da Unico é traçar novas formas de manter a relação de empresas e pessoas o mais segura possível, sem comprometer a experiência com atritos desnecessários.

 

“Trabalhamos para que, em um futuro bem próximo, as pessoas possam executar basicamente qualquer tarefa de forma digital. Quando tratar de identificação, que elas possam dar entrada em um hotel, embarcar em qualquer meio de transporte, se matricular em uma universidade, pagar as contas, realizar compras e até eleger nossos governantes. Acreditamos que cada pessoa é única e que isso basta para abrir todas as possibilidades de uma sociedade mais digital e inclusiva”, finaliza o CRO.

 

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