Para os emissores, nunca houve um momento melhor para integrar a tecnologia biométrica aos aplicativos e às experiências de pagamento dos seus clientes. A indústria está investindo nas melhores formas de adicionar essas tecnologias ao portfólio de produtos e serviços, como a autenticação por selfie e digital. Os avanços nas funcionalidades dos dispositivos móveis estão aumentando a precisão e a velocidade da biometria, permitindo que ela seja usada em transações de pagamento. Ao mesmo tempo, temos percebido que os consumidores estão bastante familiarizados e à vontade usando a biometria para fazer mais do que apenas desbloquear seus telefones.
Em 2018, pesquisa da Visa, em parceria com a AYTM Market Research, buscou entender a percepção dos consumidores em relação à autenticação por biometria e confirmou seu interesse em adotar novas tecnologias biométricas. A cada dez consumidores entrevistados, 9 estão familiarizados com a biometria. Os brasileiros têm uma forte percepção de que a biometria é mais rápida (85%) e mais fácil de utilizar (89%) do que senhas. A maioria dos consumidores brasileiros já fez uso do reconhecimento de suas impressões digitais, com 6 em cada 10 pessoas usando-a regularmente.
Dentro disso, reunimos alguns mitos e informações importantes sobre a tecnologia biométrica.
1. A tecnologia de reconhecimento facial é capaz de distinguir gêmeos idênticos?
Vocês já devem ter visto na internet alguns vídeos com gêmeos idênticos com o novo iPhone, onde um consegue usar ou se autenticar no iPhone do outro. O reconhecimento facial é uma coisa ótima e funciona bem na maioria dos cenários, mas diferenciar um gêmeo de outro é um desafio.
2. É possível uma pessoa copiar a impressão digital de alguém e usá-la sobre o próprio dedo para enganar o sistema?
Os sistemas de última geração dos celulares de hoje são avançados o suficiente para detectar se o que está sendo usado é um dedo, ou a réplica de um dedo. Esses sistemas já integram modernas tecnologias de Inteligência Artificial para fazer essa distinção.
3. Eu consigo fazer uma ativação ou autenticação via voz se estiver com dor de garganta?
Bom, se você estiver com dor de garganta, basicamente o que muda é que sua voz fica mais “pesada”. Entretanto, a tecnologia de reconhecimento de voz usa outros elementos para identificar ou reconhecer alguém. Por exemplo, a forma como digo certas coisas, as pausas que faço entre as palavras. O nível de confiança da identificação ou reconhecimento pode ser um pouco menor, mas o sistema ainda consegue reconhecer sua voz se você estiver com dor de garganta.
4. É possível usar lentes de contato para copiar os padrões oculares de alguém?
Teoricamente, é possível imprimir uma textura customizada e colocá-la no olho. Mas os sistemas em uso hoje são inteligentes o suficiente para detectar as diferenças sutis que a textura introduz no olho e evitar que invadam o sistema usando esse truque.
5. É possível fazer uma cópia exata ou imitar uma voz ou outro dado biométrico?
Muitos dos esforços realizados no laboratório de autenticação da Visa são voltados a criar sistemas para impedir fraudes, detectar se quem está usando uma biometria é uma pessoa de carne e osso, construir um sistema capaz de diferenciar se quem está falando a frase é o usuário legítimo, no momento da autenticação, ou se alguém está usando um dispositivo para fazer uma gravação e reproduzi-la na frente do sistema para fazer a autenticação. Se estão mostrando uma foto do rosto em 2D do usuário ou uma máscara em 3D ao sistema de reconhecimento facial ou se é a pessoa de verdade.
*Alessandro Rabelo é diretor de Soluções da Visa do Brasil